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Polícia Brasil
Sábado - 09 de Abril de 2011 às 18:59

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Frederico Haikal/Hojeemdia
Família de caminhoneiro decidiu acorrentá-lo após o usuário raspar as mãos com gilete para aproveitar o resíduo da droga
Família de caminhoneiro decidiu acorrentá-lo após o usuário raspar as mãos com gilete para aproveitar o resíduo da droga

Um caminhoneiro de 33 anos teve que ser acorrentado depois de gastar em apenas uma semana R$ 8.000 para comprar pedras de crack. A decisão de amarrar as pernas em uma corrente de sete metros foi tomada pelo irmão do usuário, um empresário de 43 anos, que temia que ele fosse assassinado. O caminhoneiro concordou em ser acorrentado depois de ficar sem dinheiro para comprar pedra, chegando a raspar com a uma gilete as mãos para fumar o que sobrou da droga entre os dedos.

Os ferimentos nas mãos fizeram com que a família o acorrentasse até que o Estado consiga uma clínica para interná-lo. O empresário afirmou que a droga deixa a família arrasada.

- O crack não destrói o usuário, destrói a família. A minha está doente por causa do vício do Rafael.

Ele disse que o irmão está jurado de morte nos aglomerados de Belo Horizonte por causa das dívidas de drogas. O usuário está acorrentado desde quinta-feira (6) e só tem acesso ao banheiro na casa da irmã, no bairro Santa Maria, região oeste de Belo Horizonte. A irmã do caminhoneiro afirmou que ele teria roubado três botijões de gás do depósito que pertence a ela para comprar a droga.

O empresário disse que está com as chaves do cadeado que prende as correntes na cama, o que impede o irmão saia para roubar e com o dinheiro comprar crack. Pai de cinco filhos, o usuário confessou que usa crack há 16 anos e ficou internado por duas vezes.

O subsecretário de Estado de Políticas sobre Drogas, Cloves Benevides, informou que, no caso de crises agudas, como a do caminhoneiro, a pessoa deve ser encaminhada para o Hospital Raul Soares, no bairro Santa Efigênia, leste da capital, ou para uma unidade de pronto-atendimento onde é dada a medicação e é iniciada a desintoxicação. Somente depois destes procedimentos médicos é que a pessoa deve ser encaminhada para uma clínica de internação.

Segundo o secretário, atualmente são oferecidas por 31 instituições 600 vagas de internação no Estado para viciados em drogas. Ele admite que o número de vagas não são suficientes para atender a demanda, principalmente por causa do avanço do crack.

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No ano passado, o governo de Minas repassou para essas entidades cerca de R$ 3 milhões. No segundo semestre deste ano será lançado um edital para aumentar em mais 600 vagas de internação. Com isso, as entidades que oferecem este tipo de internação poderão receber R$ 6 milhões.

O subsecretário Cloves Benevides informou que no Estado são cerca de 500 clínicas particulares que oferecem o tratamento. No caso das clínicas conveniadas com o Estado, não é cobrado nenhum valor dos pacientes. As clínicas são mantidas por igrejas e entidades não governamentais que recebem doações para atender as pessoas carentes






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