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Internacional
Sábado - 09 de Abril de 2011 às 09:47

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O Ministério da Saúde do Egito anunciou neste sábado que uma pessoa morreu e 71 ficaram feridas nos incidentes ocorridos nesta madrugada entre o Exército e os manifestantes na praça Tahrir, no Cairo.

O chefe do Departamento Central de Terapia Intensiva do Ministério, o médico Khaled al-Khatib, citado pela agência de notícias estatal "Mena", disse que algumas das vítimas apresentavam ferimentos de bala.

Centenas de egípcios continuam reunidos neste sábado na praça em um claro desafio às Forças Armadas, após os violentos confrontos desta madrugada entre manifestantes e militares.

Nesta praça, epicentro da revolução que pôs um fim no regime do ditador Hosni Mubarak, são evidentes os sinais dos choques ocorridos horas antes quando membros do Exército tentaram dispersar as pessoas reunidas no local após o toque de recolher.

Todos os acessos à praça estão fechados ao tráfego com alambrados e cercas, a rua está salpicada de dezenas de paralelepípedos quebrados e no centro há um caminhão e um ônibus carbonizados, segundo constatou a agência Efe.

"Ficaremos aqui até que as demandas da revolução sejam cumpridas e Mubarak seja julgado. Não queremos que volte a acontecer o que houve ontem à noite", disse à Efe o jovem Hussam Abdelatif, em alusão ao que o definiu como um ataque do Exército contra os manifestantes pacíficos.

Os incidentes desta madrugada são os primeiros graves registrados entre os manifestantes e o Exército, que foi bem recebido durante a revolução, quando nunca atacou os participantes dos protestos.

Mas a boa imagem das Forças Armadas parece ter se deteriorado, já que muitos consideram que não estão fazendo o suficiente para pôr fim ao regime de Mubarak.

Além disso, também influi neste aumento da desconfiança as denúncias de que alguns manifestantes foram torturados por membros do Exército e que outros enfrentam tribunais militares.

"Temos a sensação de que o Exército não é bom. Não está fazendo nada para mudar o sistema", afirmou um manifestante da Tahrir, Mohammed Abdullah.

O protesto da véspera, batizado de "Sexta-feira do expurgo", que tinha o objetivo de pedir o julgamento de Mubarak e outros ex-dirigentes corruptos, assim como a renúncia de responsáveis do antigo regime, transcorreu de forma pacífica até o início do toque de recolher, às 2h do horário local (21h de Brasília).

"Alguns militares queriam se unir a nós à noite e outros oficiais do Exército vieram para impedi-los e prendê-los", explicou Abdelatif, que indicou que essa foi a faísca que desencadeou os choques na praça e as perseguições pelas ruas próximas.

Segundo Abdelatif, membro da Coalizão dos Jovens da Revolução de 25 de Janeiro, os soldados atacaram os manifestantes, causaram três mortes e deixaram vários feridos.

No entanto, o Conselho Supremo das Forças Armadas do Egito, que dirige o país desde a renúncia de Mubarak, afirmou neste sábado que "as forças do Ministério do Interior e alguns civis honestos repeliram as ações de violência e aplicaram o toque de recolher sem que fossem registradas vítimas".





Fonte: EFE

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