Um despacho do desembargador Ruy Muggiati, do Tribunal de Justiça do Paraná, afirma que o casal de Curitiba (PR) que quis abandonar uma das trigêmeas geradas por meio de inseminação artificial já tinha esta decisão antes do parto dos bebês. O despacho informa que em agosto do ano passado, ainda durante a gestação, os pais assinaram um documento demonstrando a intenção de querer doar um dos bebês. O ato teria partido do pai, que convenceu a mãe sobre a doação.
No início, eles não sabiam qual das crianças doariam, mas depois indicaram uma específica, afirmou o despacho. Este fato fez com que o desembargador mantivesse a decisão de deixar as crianças em abrigo de Curitiba, para onde elas foram encaminhadas depois da alta do hospital. Elas ficaram um mês na UTI Neonatal por estarem abaixo do peso. O nascimento ocorreu no final de janeiro e os pais, de acordo com a defesa deles, se arrependeram da decisão.
O despacho ainda traz o relato da psicóloga do hospital onde as crianças nasceram. Ela disse que o casal teria procurado meios de cometer aborto de uma das crianças fora do País. A psicóloga, que fez um laudo sobre o casal, disse que os familiares dos pais foram orientados pelo casal a não visitá-los ainda no hospital. De acordo com o despacho, a psicóloga ainda cita que os parentes achavam que apenas duas crianças haviam nascido por meio do procedimento.
A psicóloga, diante dessa situação, disse que procurou o Conselho Tutelar para uma orientação. "Acreditamos que estes pais não possuem saúde mental para criar essas meninas e acreditamos que elas não merecem ser separadas. Ambos possuem situação financeira estável", citou a psicóloga no laudo.
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