O presidente do Equador, Rafael Correa, acusou na sexta-feira a embaixada dos Estados Unidos de espionar a polícia e as Forças Armadas equatorianas, acrescentando que a espionagem foi um dos fatores para a expulsão da embaixadora norte-americana esta semana. Na terça-feira, o Equador disse à diplomata Heather Hodges que deixasse o país andino devido a despachos diplomáticos dela relatando suposta corrupção policial divulgados pelo WikiLeaks.
"A gravidade é que o WikiLeaks disse que eles (a embaixada dos EUA) têm informantes na polícia e nas Forças Armadas... Isso é espionagem", disse Correa em entrevista a uma rádio, acrescentando que a embaixada tinha o dever de informar o governo dele caso tivesse evidência de um crime, mas não o fez. Correa é aliado dos governos de esquerda da Venezuela e da Bolívia, que também expulsaram os embaixadores dos EUA de seus países em 2008.
Classificando a expulsão de "injustificada", Washington expulsou o enviado equatoriano ao país e cancelou uma série de reuniões comerciais em uma ação de represália. O governo equatoriano disse que os despachos assinados pelo escritório de Hodges sugeriam que os principais comandantes da polícia equatoriana tinham conhecimento sobre práticas de corrupção na organização e que um funcionário da embaixada norte-americana acreditava que o gabinete de Correa também sabia.
Correa reconheceu que há corrupção na polícia e disse que seu governo está se esforçando para acabar com ela. "A gravidade é que, se eles têm informações de dentro da polícia, em vez de informar o governo...eles não falam nada e tentam envolver o presidente do país", disse ele.
O ministro das Relações Exteriores do Equador, Ricardo Patino, disse na quarta-feira que a decisão de expulsar Hodges foi tomada para defender a honra de Correa, mesmo que os laços comerciais com os EUA sejam abalados. Os EUA são o maior parceiro comercial do Equador. O país, que é membro da Opep, enviou cerca de 35% de suas exportações aos EUA em 2010.
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