Igreja Católica chilena pede perdão por casos de abusos sexuais
Os bispos da Igreja Católica chilena admitiram erros e pediram perdão por casos de abusos sexuais do passado e anunciaram a adoção de procedimentos para evitar casos de pedofilia, segundo um comunicado oficial da Conferência Episcopal Chilena publicado nesta sexta-feira.
O documento, cujo título é "Transparência, verdade e justiça", reconhece que os bispos "nem sempre reagiram com prontidão e eficácia diante das denúncias".
O texto também demonstra "solidariedade com as vítimas destes abusos e com suas famílias".
"Oferecemos humildemente nosso pedido de perdão, que é o apoio que podemos lhes dar, além de nossa oração", afirma o comunicado.
Citando o papa João Paulo 2º, a nota enfatiza que "quem abusa de crianças e jovens não tem lugar no sacerdócio" e chama os "sacerdotes que falharam com seu compromisso e causaram dano aos outros a fazer um exame de consciência pessoal e a responder sobre seus atos diante de Deus, da sociedade e de seus suspeitos".
Os bispos ainda declararam que se comprometem "a aperfeiçoar a seleção e formação dos candidatos ao sacerdócio".
Além disso, será criado um "um organismo da Conferência Episcopal que oriente e dirija nossas políticas de prevenção de abusos sexuais e ajude às vítimas".
PESQUISA
Uma pesquisa divulgada no início da semana apontou que 88% dos chilenos acreditam que a Igreja Católica ocultou informações sobre supostos abusos cometidos por padres.
O levantamento, realizado pelo jornal "La Tercera", também indica que 74% das pessoas consideram que o Vaticano não deu uma resposta adequada às denúncias.
O bispo auxiliar de Santiago, Cristián Contreras, admitiu que a credibilidade da Igreja está em baixa e que reconhecer estes fatos "é um primeiro elemento para sair [da crise]"
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