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Internacional
Quarta - 06 de Abril de 2011 às 13:51

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O ditador líbio, Muammar Gaddafi, enviou nesta quarta-feira uma mensagem ao presidente americano, Barack Obama, dois dias depois de Washington ter retirado os aviões de combate da campanha internacional na Líbia, informou a agência oficial Jana.

"O irmão líder da revolução (Gaddafi) enviou uma mensagem ao presidente Barack Obama depois da retirada dos Estados Unidos da colonialista cruzada contra a Líbia", afirma uma nota da agência, que não revela detalhes sobre o conteúdo da mensagem.

O Exército americano retirou na segunda-feira (4) os aviões de combate mobilizados na campanha internacional na Líbia. O país pretende fornecer apenas aviões de abastecimento em voo e efetuar missões de interceptação e vigilância.

Hoje, a França saiu em defesa da intervenção militar na Líbia e afirmou que os ataques aéreos estão sendo atrasados por uma estratégia do ditador Muammar Gaddafi de posicionar civis como escudos nos prováveis alvos. Os rebeldes acusam o Ocidente de fazer pouco para deter o cerco de Gaddafi a Misrata, terceira maior cidade do país e sob controle dos oposicionistas.

O ministro das Relações Exteriores francês, Alain Juppé, disse que as operações da (Organização do Tratado do Atlântico Norte), que comanda a operação, estão se tornando mais complicadas pelo fato de que as forças de Gaddafi com frequência se posicionam perto de civis como proteção tática contra os ataques das aeronaves.

"Solicitamos formalmente que não haja danos colaterais para a população civil", afirmou ele à rádio France Info. "Isto obviamente torna as operações mais difíceis."

Ele admitiu, inclusive, um risco de estagnação das operações. "No terreno, a situação militar é confusa e indecisa", assinalou Juppé, ressaltando que as tropas do líder líbio atuam com caminhonetes e jipes, alvos mais difíceis de atingir a partir dos aviões.

Mas o francês afirmou também que, apesar do apoio ao rebelde Conselho Nacional de Transição da Líbia, a missão da coalizão internacional não é conquistar territórios.

OTAN

O chefe das Forças Armadas da França também expressou sua frustração com o ritmo das operações da Otan.

"Gostaria que as coisas fossem mais rápidas, mas como vocês sabem bem, proteger civis significa não atirar próximo a eles", disse o almirante Edouard Guillaud em entrevista à rádio Europe 1. "É precisamente esta a dificuldade."

Na véspera, Abdel Fattah Younes, líder das forças rebeldes, acusou a Otan de ser muito lenta para ordenar incursões aéreas para proteger civis, o que permite às forças de Gaddafi massacrar a população de Misrata.

"A Otan nos abençoa vez por outra com um bombardeio aqui e ali, e deixa o povo de Misrata morrer a cada dia. A Otan nos decepcionou", declarou ele aos repórteres nesta terça-feira.

Em resposta, autoridades da aliança declararam que sua campanha aérea de seis dias agora se concentra em Misrata, único grande centro urbano no leste líbio onde a revolta popular contra Gaddafi não foi suprimida e sob bombardeio diário e fogo de atiradores de elite.

"A Otan tem um mandato muito claro das Nações Unidas e vamos fazer tudo para proteger os civis de Misrata", declarou a porta-voz adjunta da Otan, Carmen Romero.






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