Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Quarta - 06 de Abril de 2011 às 13:20

    Imprimir


O número de mortes relacionadas diretamente com acidentes nucleares durante os últimos 60 anos foi de 46 de acordo com o relatório publicado nesta quarta-feira em Viena pela Organização das Nações Unidas, um dado que exclui as vítimas do desastre de Chernobyl, que se estima que causou a morte de outras 47 pessoas.

O cálculo foi realizado pelo Comitê Cientista da ONU sobre os Efeitos da Radiação Atômica (Unscear) em um relatório que explica o registro de 32 acidentes mortais entre 1945 e 2007, fatos nos quais a contaminação radioativa causou ferimentos em 623 pessoas.

O relatório, que exclui os dados do acidente na usina ucraniana de Chernobyl ocorrido em abril de 1986, o mais grave da história, assegura que o uso de radiação no diagnóstico médico foi nesses anos a principal causa de acidentes.

O Unscea diz que "é provável que não se tenha informado sobre algumas mortes e muitos feridos no uso médico da radiação".

"Erros humanos, distração, erros na aplicação de procedimentos e guias de segurança, equipes e consertos defeituosos, formação inadequada, perda de controle e abandono de fontes (radioativas) provocaram acidentes nos últimos 60 anos e, provavelmente, os causarão no futuro", diz a Unscear.

As 46 mortes mencionadas por este comitê da ONU estão relacionadas com fatos em usinas nucleares, instalações com armas atômicas, uso de raios X e perda e roubo de materiais radioativos.

A esse número de mortes é preciso acrescentar as provocadas por Chernobyl, que o Unscear limitou em relatórios a 47.

Além das mortes confirmadas, o documento se refere a centenas de feridos afetados pela radioatividade.

"Os ferimentos graves conduziram frequentemente a amputações. Alguns trabalhadores feridos desenvolveram a síndrome de radiação aguda e foram e resultaram em amputações múltiplas", relata o Unscear em comunicado.

No total, centenas de pessoas precisaram de tratamento médico devido a ferimentos e inclusive problemas psicológicos causados pela radioatividade.

O número total de acidentes (com ou sem vítimas) relacionados com o uso da energia atômica se situa em 203, uma média de três por ano nas seis últimas décadas.

Em fevereiro, o Unscear apresentou suas conclusões atualizadas sobre Chernobyl, em um relatório que assegura que "a maioria da população não precisa se preocupar pelas consequências graves para a saúde devidas ao acidente".

Os autores do relatório reconheceram que não é possível ainda estabelecer os efeitos reais na saúde humana pela radioatividade liberada no desastre, dado o desconhecimento sobre o grau de periculosidade da radiação de baixa intensidade.

Por isso, o relatório não inclui em seus cálculos à população submetida a este tipo de radiação e se centra nas 600 mil pessoas que estiveram submetidas a altos índices de radiação, das que se estima que 4 mil podem morrer de câncer nos próximos anos.

"Não estamos dizendo que não há efeitos, só que atualmente, se há um efeito, não podemos vê-lo ainda, de acordo com os fatos e estatísticas que temos", disse Fred Mettler, especialista em radiologia e em medicina nuclear.





Fonte: Reuters

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/96496/visualizar/