PF prende dois PMs em operação e desarticula quadrilha

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quarta-feira (6) a Operação Balista. Durante as investigações que visam desarticular uma uma organização criminosa envolvida em um esquema de assalto a bancos, roubo a caixas eletrônicos e roubo de caminhões e cargas, dentre outros ilícitos, foi constatada a participação de dois policiais militares. O núcleo da organização era formado por membros de uma família de Várzea Grande.

Os policiais militares atuaram como integrantes da organização, especificamente como responsáveis pela segurança do grupo durante as ações criminosas, bem como repassando informações privilegiadas acerca do policiamento ostensivo nas cidades de Cuiabá e Várzea Grande, enquanto ocorriam os roubos.

Segundo informações da Polícia Federal, o principal objetivo da quadrilha era para prover fundos para o tráfico de drogas. A família envolvida residia na Cidade Industrial é apontada nas investigações como responsável por orquestrar, comandar e fornecer meios para a prática de diversas ações criminosas ocorridas em todo o Estado.

Ao todo foram expedidos 15 mandados de prisão preventiva, sendo que 14 já foram cumpridos, quatro mandados de condução coercitiva, 3 cumpridos e 18 mandados de busca e apreensão. Todos determinados pelo Juízo da 2ª Vara Criminal de Várzea Grande.

Na casa de um dos policiais militares foi apreendido um tablete de substância com aspecto de pasta base ou maconha prensada com cerca de 1 quilo, um revólver calibre 38, quatorze munições 38 e uma munição calibre .40, um saco plástico com substância aparentando ser crack e R$ 8.000,00 (oito mil reais) em espécie.

No total já foram apreendidos três carros, duas motos, quinze mil dólares, doze mil reais, duas armas e aproximadamente 3,5 quilos de entorpecentes (maconha, cocaína base, maconha e crack).

O inquérito policial foi instaurado em setembro do ano passado e deve ser concluído em um prazo de cinco a dez dias. Durante as investigações foram catalogados ao menos quatorze episódios criminosos distintos dos quais a organização foi responsável, como roubos a clínicas odontológicas, roubos de medicamentos, a caixas eletrônicos e postos de combustíveis, além de seqüestros e roubos a caminhões.

Quase a totalidade dos suspeitos já possuía antecedentes criminais e agora deverão responder pela prática dos crimes de quadrilha ou bando, roubo qualificado, furto qualificado, receptação, porte e fornecimento ilegal de arma de fogo, tráfico e associação para o tráfico de drogas, dentre outros crimes.

Conforme a PF, a Corregedoria da Polícia Militar deu todo o suporte durante as investigações. As provas obtidas serão compartilhadas e os policiais deverão responder por desvio de conduta e até serem expulsos da corporação.

A ação foi batizada como “Operação Balista”, em alusão a arma de guerra do período medieval que atirava dardos para diversas direções contra os inimigos, fazendo-se referência à variedade de objeto na atuação do grupo investigado, que atuava em diversas frentes criminosas na prática de ilícitos contra a sociedade. Com informações da assessoria da PF.