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Agronegócios
Terça - 05 de Abril de 2011 às 20:05

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A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) começa elaborar, em parceria com a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), um projeto de pesquisa que vai sugerir qual a melhor opção de pastagem para o pecuarista trocar o capim Brachiaria brizantha, o “brizantão”. Este teve ‘morte’ em aproximadamente 26 milhões de hectares e, conforme o pesquisador da Embrapa Mato Grosso, Bruno Pedreira, a solução é plantar outra espécie de capim, disse, em entrevista ao Olhar Direto.

“O que acontece aqui no Estado é idêntico às pastagens do Acre, que desde 1994 apresentaram morte da baquearia. Estudos feitos pela Embrapa Acre e Embrapa Gado de Corte apontaram que o capim morreu em áreas de solos mal drenados, onde há saturação com água, o que diminui a quantidade de oxigênio no solo”, diz Bruno, que é especialista em forragicultura e pastagem.

O pesquisador afirma que por conseqüência disso, a planta diminui a quantidade de raízes, tornando-se debilitada. “Então tem dificuldade em se nutrir e fica suscetível ao ataque de fungos. Na seqüência de todo esse processo vem o ataque de fungos de solo, como o Fusarium, Rhizoctonia e Phitium, que ocorrem na maioria dos solos de Mato Grosso.

Sustenta também que o brizantão vem sendo plantada há mais de duas décadas no Estado e, que isso, aliado ao superpastejo, falta de adubação, falta de manejo adequado e saturação do solo com água, deixa uma situação propícia para a síndrome da morte do brizantão. “Nós vamos continuar tendo mortalidade da baquiaria em todo o Mato Grosso em solos com essas características, com alto teor de argila e saturados por água”, pontua Pedreira.

Os resultados dos estudos feitos no Acre, segundo Bruno, indicam que o pecuarista mato-grossense deve trocar o tipo de pasto para garantir a persistência das pastagens. “A Brachiaria brizantha é um capim espetacular e deve continuar sendo plantado em áreas onde não haja problemas com saturação do solo. Mas em área onde estamos vendo a mortalidade, o pecuarista deve trocar por outros capins já conhecidos, como a Brachiaria humidicola, Tanzânia, Mombaça, Xaraés, a Brachiaria decumbens, por exemplo.”

O pesquisador da Embrapa recomenda ainda que os produtores tenham várias plantas na propriedade, mas em cada módulo com um só tipo de pasto. “Normalmente o pecuarista já tem esses módulos na fazenda, mas que plante o módulo todo com uma só planta, para que as condições fisiológicas de crescimento da planta sejam respeitadas durante todo o ano”.





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