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Nacional
Terça - 05 de Abril de 2011 às 13:16

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A aquisição de até 31% do capital da Trip pela TAM vai envolver um desembolso entre US$ 200 milhões e US$ 250 milhões, apurou ontem o Valor com fontes que acompanham de perto a negociação. As duas empresas foram procuradas para se pronunciar a respeito, mas as companhias informaram que não comentariam a informação.

TAM e Trip assinaram uma carta de intenções oficializando o negócio na semana passada. O pagamento será realizado em duas etapas, sendo a primeira na assinatura do contrato, caso cheguem a um acordo. A segunda parcela seria desembolsada um ano depois, quando a TAM passará a deter os 31% de participação no capital da Trip.

"Esse valor é altíssimo, daria para comprar 100% da Trip. Ela está sendo comprada pela TAM porque tem "hubs" [centros de distribuição de voos] muito bons em Confins e Cuiabá", afirma um especialista do setor aéreo

O professor de transporte aéreo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Respicio Espírito Santo Junior, diz que há muitos atrativos na Trip para a TAM. "A Trip tem o quase monopólio da aviação regional. Dentro da Latam, com a política de céus abertos na América do Sul, a Trip também poderia fazer voos regionais nesse mercado", diz ele.

Ao comentar sobre a Latam, Espírito Santo Junior referiu-se à fusão entre a LAN e a TAM, anunciada em agosto de 2010. E a politica de céus abertos trata do cenário de liberdade na quantidade de voos e de destinos entre o Brasil e países da América do Sul. Atualmente, há uma negociação bilateral que determina um limite de voos entre dois países.

O valor final da negociação entre a Trip e a TAM vai ser definido em 90 dias. Esse será o período em que a situação contábil da maior companhia aérea regional brasileira será avaliada. A Trip apresentou dados sobre a sua situação financeira ontem, ao divulgar o balanço de 2010.

Segundo a companhia, o lucro foi de R$ 20 milhões, diante dos R$ 28,5 milhões de 2009. O presidente da Trip, José Mário Caprioli, diz que a variação cambial de 2009 puxou para cima os ganhos da empresa naquele ano.

O plano agressivo de expansão de frota da Trip, que só neste ano vai receber 17 aeronaves, contribuiu para a alta de 15% na dívida da companhia, que fechou o ano passado em R$ 510 milhões, diante dos R$ 442 milhões em 2009.

Caprioli destacou o aumento de 66,2% no faturamento bruto da Trip entre 2009 e 2010, que alcançou R$ 747 milhões no ano passado. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (ebitda) ficou em R$ 113,6 milhões, com margem de 15,8%, a maior entre as aéreas que já divulgaram resultados neste ano. Em 2009, o Ebitda da Trip era de R$ 59,3 milhões e a margem, 13,65%.

"Esses resultados são fruto de uma est ratégia desenvolvida há dois anos, quando decidimos acelerar nosso crescimento para as cidades de média densidade", afirma Caprioli. Segundo ele, a Trip mantém seu plano original de abrir o capital mesmo com a negociação com a TAM. Esta terá seu capital fechado, após a fusão com a chilena LAN.

Para 2011, a Trip projeta um faturamento bruto de R$ 1,3 bilhão, volume de 5,4 milhões de passageiros transportados, 2,9 mil voos por semana e 90 cidades atendidas. Atualmente, serve 82 cidades.






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