Forças leais a Ouattara dizem ter tomado residência presidencial em Abidjan
Forças leais ao presidente da Costa do Marfim reconhecido pela ONU, Alassane Ouattara, afirmam ter capturado a residência presidencial em Abidjan. Laurent Gbagbo, que se recusa a deixar a Presidência após ser derrotado em eleições, estaria no local.
A informação não foi confirmada de forma independente. Um dos aliados de Gbagbo em Londres, Adbob George Bayeto, negou a captura do prédio e disse que se tratava "de propaganda" e "guerra psicológica".
Um porta-voz de Ouattara, entretanto, disse à BBC que Gbagbo foi visto na residência presidencial e que forças leais ao presidente eleito realizavam buscas no local na madrugada desta terça-feira.
Segundo Patrick Achi, se Gbagbo for capturado será “preso e levado à Justiça”.
Helicópteros da ONU e da França atacaram alvos próximos à residência presidencial. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou que os ataques tinham como objetivo proteger civis e não eram uma declaração de guerra a Gbagbo.
Na manhã desta terça-feira, a cidade de Abidjan foi palco de novos disparos de armamentos pesados.
Segundo o correspondente da BBC em Abidjan Andrew Harding, a situação parece caminhar para a deposição de Gbagbo.
Eleições
Laurent Gbagbo se recusa a deixar o poder apesar de os resultados das eleições de novembro, aprovados pela ONU, terem indicado sua derrota para Ouattara.
Logo após a divulgação dos resultados, o governo anulou o conteúdo de urnas no norte do país, afirmando que houve fraude, e declarou Gbagbo vencedor.
Desde então o país vem sendo palco de disputas intensas entre forças leais aos dois lados. A violência já deixou centenas de mortos.
Na semana passada, forças leais a Ouattara lançaram uma ofensiva militar para tentar retirar Gbagbo do poder.
A França, antigo poder colonial no país, mantém forças de paz na Costa do Marfim desde o fim da guerra civil, há uma década.
O comandante das forças de paz da ONU no país, Alain Le Roy, disse que a decisão do ataque na segunda-feira foi tomada com base em uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que autoriza esse tipo de ação.
Segundo ele, a intensidade do uso de armamentos pelas forças de Gbagbo e os calibres das armas vinham aumentando fortemente nos últimos dias.
A missão da ONU no país também teria sido alvo de ataques contínuos, segundo ele.
A ONU anunciou ainda que enviará à Costa do Marfim um representante para investigar um massacre de centenas de civis na cidade de Duekoue, no oeste do país, na semana passada.
Simpatizantes de Ouattara e de Gbagbo se acusam mutuamente pelas mortes. Segundo o Comitê da Cruz Vermelha Internacional, pelo menos 800 pessoas teriam sido mortas.
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