Sobe para 12 número de mortos em protestos no Iêmen

Ao menos 12 manifestantes morreram nesta segunda-feira e 36 ficaram feridos durante protestos na cidade de Taez contra o ditador Ali Abdullah Saleh, informaram fontes hospitalares.

Mais cedo, uma fonte do principal partido opositor Al Islah al Islami havia denunciado a morte de três manifestantes pelos disparos de franco-atiradores.

"O regime nos suspreendeu com sua força de extermínio. Eu não acho que as pessoas farão qualquer outra coisa a não ser sair às ruas de peito aberto para acabar com toda a munição do governo", disse o parlamentar Mohammed Muqbil al Hamiri à rede de TV Al Jazeera.

De acordo com os oposicionistas os manifestantes tentaram se refugiar mas foram atingidos por atiradores de elite posicionados no topo de prédios da cidade.

Na capital Sanaa, os partidos da oposição convocaram para esta tarde uma manifestação em solidariedade às vítimas de Taez.

Na cidade portuária de Hudaida, homens armados vestindo roupas civis abriram fogo contra manifestantes, disseram testemunhas. Cinquenta pessoas ficaram feridas, a maioria por causa do gás lacrimogêneo, disse uma fonte médica no local.

Os novos episódios de violência acontecem um dia depois de Saleh pedir à oposição que interrompa as manifestações contra seu regime antes que a negociação para a transferência pacífica do poder tenha início.

Os manifestantes exigem a renúncia de Saleh há semanas, e o aumento dos protestos por todo o Iêmen já levaram o regime à beira do colapso, mas os Estados Unidos e a vizinha Arábia Saudita se preocupam com a falta de um sucessor claro para um país onde a rede terrorista Al Qaeda floresce cada vez mais.

ATAQUE NO SUL

Também no sul do país a segunda-feira foi marcada por violência.

Um oficial do Exército iemenita morreu nesta segunda-feira e outras sete pessoas, entre elas quatro soldados, ficaram feridas em um ataque contra um posto de controle na província de Lahd, no sul do Iêmen, informou o Ministério da Defesa.

Segundo um comunicado deste departamento, três dos feridos são civis que passavam perto do posto de controle no momento do ataque.

Os separatistas iemenitas reivindicam a autodeterminação do antigo Iêmen do Sul, que se uniu de novo ao Iêmen do Norte em 1990.

Além disso, acusam o governo central, liderado pelo presidente Ali Abdullah Saleh, de discriminar os cidadãos das províncias meridionais.