Técnicos usam corantes para achar rota de vazamento radioativo
Funcionários da usina nuclear de Fukushima Daiichi estão usando corantes para tentar traçar a rota de escape da água radioativa que está vazando de um dos reatores para o mar.
A fonte do vazamento foi identificada no fim de semana como sendo uma rachadura de 20 centímetros em um poço de concreto no reator 2 da usina.
Os esforços anteriores para fechar a rachadura, usando um polímero altamente absorvente, não tiveram o resultado desejado.
A companhia operadora da usina vem lutando por mais de três semanas para retomar o controle da situação, após o terremoto e o tsunami do mês passado terem destruído os sistemas de resfriamento de Fukushima Daiichi.
Dilema
Segundo o correspondente da BBC em Tóquio Roland Buerk, membros dos serviços de emergência enfrentam um dilema, ao bombear água para os reatores para tentar evitar um superaquecimento.
Isso pode elevar o risco de que água contaminada ao redor da usina escape e contamine o ambiente.
O chefe de Gabinete do governo japonês, Yukio Edano, afirmou nesta segunda-feira que o vazamento na usina precisa ser interrompido “o mais rapidamente possível”.
Segundo Edano, os efeitos cumulativos de um possível vazamento de longo prazo “terão um enorme efeito sobre o oceano”.
Autoridades locais disseram que o material radioativo deverá se dissipar rapidamente no mar, e não apresenta até agora uma ameaça à saúde humana.
Água radioativa
A empresa Tepco, operadora da usina, disse que vai injetar polímeros novamente para tentar bloquear o vazamento, assim que conseguir identificar o caminho de escape da água.
A companhia também tenta remover água radioativa dos porões dos prédios das turbinas em dois dos reatores da usina.
Segundo a TV japonesa NHK, assim que a área for esvaziada começará o trabalho para restaurar o sistema de resfriamento dos reatores.
Segundo relatos locais, a Tepco poderá liberar no mar 15 mil toneladas de água levemente contaminada a partir da terça-feira, para abrir espaço de estocagem para água com níveis muito mais alto de radioatividade.
Como medida temporária, a agência de segurança nuclear e industrial está considerando a possibilidade de construir diques de lama perto do reator 2 para evitar que a água contaminada flua para o oceano.
Mortos
Segundo autoridades japonesas, o número total de mortos em decorrência do terremoto de magnitude 9 e do tsunami do dia 11 já chega a 12.157, com quase 15.500 pessoas ainda desaparecidas.
Mais de 80% das vítimas confirmadas já foram identificadas.
As operações de busca na zona de exclusão de 20 quilômetros no entorno da usina de Fukushima foram suspensas por causa das preocupações com o alto nível de radiação.
Mais de 161 mil pessoas da região atingida ainda estão vivendo em abrigos.
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