Delegado aponta precocidade a afastamento escolar
O envolvimento com drogas responde por 105 das infrações mais cometidas por adolescentes infratores em Cuiabá. Em seguida, vem roubo (53), porte de arma (21), estupros (16) e homicídios (6), conforme relatório trimestral (janeiro a março) da Delegacia Especializada do Adolescente (DEA).
Titular da DEA, o delegado Paulo Alberto Araújo, diz que as estatísticas mostram que a maioria dos envolvidos tem entre 15 e 17 anos. Mas, em fevereiro, 30% tinham 13 anos e um dos infratores tinha 12. “Em março, tivemos dois adolescentes com 12 anos”, comenta. A maioria é do sexo masculino. O percentual de meninas foi de 2% a 3%, no mesmo período.
Araújo reconhece que o índice de 80% de reincidência é expressivo e preocupa. Porém, observa que não significa que dentro desse percentual esses adolescentes tenham cometido infrações graves como homicídio, estupro ou latrocínio.
Para ele, a educação é fundamental para mudar este quadro. “O estudo é importante porque o que verificamos é que, no adolescente com vínculo com a escola, as infrações que ele comete são de menor potencial ofensivo”, disse. Há um ano a unidade desenvolve o “Programa Escolar DEA”.
Araújo também entende que quando o menor de idade pratica ato infracional é porque a família falhou há muito tempo. Assim, a escola é a última fronteira de possibilidade de reeducação. “A família falha, mais ainda tem a escola, onde o adolescente ainda tem amigos e referência”, comenta. Ele faz questão de destacar que a diretoria da Polícia Civil está sensível ao problema municiando a delegacia, por exemplo, com profissionais como assistente social e psicólogos concursados. (JD)
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