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Internacional
Segunda - 04 de Abril de 2011 às 03:20

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Ao menos dois dos filhos do ditador líbio Muammar Gaddafi estão articulando uma transição para uma democracia constitucional que incluiria a saída do pai do poder, informou na noite de domingo o jornal "The New York Times".

Citando um diplomata e um alto funcionário líbio, ambos a par do plano, o jornal disse que a transição seria conduzida por um dos filhos de Gadadfi, Seif AL Islam El Gaddafi.

Segundo a reportagem do jornal americano, não está claro se o ditador aceita a proposta defendida por seus filhos Seif e Saadi el Gaddafi.

Os filhos de Gaddafi "querem iniciar uma mudança no país" sem a presença do pai, apontou o jornal citando uma fonte próxima aos dois.

Segundo o "New York Times", a proposta refletiria diferenças de longa data entre os filhos de Gaddafi. Enquanto Seif e Saadi se inclinam para uma abertura econômica e política ao estilo ocidental, outros dois filhos do ditador, Khamis e Mutuasim, são considerados de linha dura, aponta o jornal.

Khamis lidera uma milícia pró-governo, enquanto Mutuasim é assessor de segurança nacional, considerado um rival de Seif quanto à sucessão do pai.

ENFRAQUECIDO

Gaddafi sofreu no domingo uma nova derrota política e diplomática com a demissão de um de seus conselheiros, Ali Tikri, ex-ministro das Relações Exteriores e das Relações Africanas, que também representou a Líbia nas Nações Unidas e na França.

Tikri se reuniu no Cairo com o secretário-geral da Liga Árabe, Amr Mussa. Ele deixou suas funções, mas não disse se vai se unir aos rebeldes que querem derrubar Gaddafi, indicaram autoridades da Liga, que pediram para não serem identificadas.

O vice-primeiro-ministro líbio das Relações Exteriores e de Assuntos Europeus, Abdelati Laabidi, chegou à Tunísia no domingo ao passar pelo posto fronteiriço de Ras Jdir, indicaram testemunhas.

Foi por esse mesmo caminho que o chefe da diplomacia líbia, Mussa Kussa, chegou à Tunísia no dia 28 de março. Dois dias depois, ele voou para Londres, onde anunciou sua renúncia, um duro golpe para Gaddafi.

Já o secretário de Estado para Relações Exteriores líbio, Abdelati Obeidi, enviado do governo Gaddafi a Atenas, reuniu-se no domingo à noite com o primeiro-ministro grego, Giorgos Papandreou.

Após o encontro, o ministro das Relações Exteriores grego Dimitris Droutsas afirmou que o regime de Muammar Gaddafi "busca uma solução" para o conflito.

"Segundo as palavras utilizadas pelo enviado líbio, ao que parece, o regime busca uma solução" para o conflito, indicou Droutsas em um comunicado, divulgado no domingo à noite.

CONFRONTOS

Como nos últimos dias, os combates ocorridos no domingo no leste do país se concentravam nas proximidades das instalações petroleiras de Brega, a 800 km de Trípoli e 240 km ao sul de Benghazi, bastião da oposição, constatou um jornalista.

Na entrada da cidade, os rebeldes ocuparam a Universidade do Petróleo, um enorme campus, mas ficaram sob intenso fogo das forças de Kadhafi.

Fortes explosões provenientes das posições das forças do governo podiam ser ouvidas, enquanto que os aviões da Otan sobrevoavam a região.

"A situação é boa, estamos cercamos Brega", disse um militar que se apresentou como um coronel da rebelião, mas que se recusou a dizer seu nome. "O Exército do ditador está caindo, teremos o controle da cidade em breve", disse.

A região de Brega é cenário há vários dias de combates entre o homens de Gaddafi e os insurgentes. Depois de um rápido avanço para o oeste na semana passada e de um recuo em consequência da pressão das forças do regime, os rebeldes retomaram a vantagem na sexta-feira, auxiliados pelos ataques aéreos da coalizão internacional comandada pela Otan.

Pela primeira vez desde o início da intervenção internacional em 19 de março, nove rebeldes e quatro civis, entre eles três estudantes de Medicina que viajavam para atender os feridos nos confrontos, morreram no sábado em um ataque da Otan a 15 km de Brega.

A Aliança Atlântica, que assumiu na quinta-feira o comando das operações militares de apoio à rebelião, anunciou no sábado que examinava as informações sobre o possível caso de fogo amigo.

Com a France Presse e a Efe






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