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Saúde
Sábado - 02 de Abril de 2011 às 18:00

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No Dia Mundial de Conscientização do Autismo, celebrado neste sábado (02), especialistas e organizações da sociedade civil alertam os brasileiros para a necessidade do diagnóstico precoce.

O autismo é uma síndrome que afeta de maneira acentuada a capacidade do indivíduo falar, comunicar-se e interagir com outras pessoas e com o ambiente. Estima-se que 2 milhões de brasileiros sejam autistas. Em todo o mundo, são cerca de 70 milhões de pessoas, de acordo com as Nações Unidas. O transtorno é mais comum em homens do que em mulheres.

Desinteresse pela convivência outras pessoas, pouco contato visual, fixação por objetos, não reagir quando é chamado por alguém ou recusar contato físico são alguns dos sinais do autismo, que aparecem, em sua maioria, antes dos 3 anos de idade.

“Aos 2 anos de idade, se a criança não consegue falar, não se interessa em brincar com outras crianças ou não pede colo é um sinal de alerta”, explica Marcos Mercadante, psiquiatra da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e um dos fundadores da organização não-governamental Autismo e Realidade.

Até o momento, não há cura para o autismo, mas o tratamento, quando iniciado logo após o diagnóstico, aumenta as chances de a criança ter mais independência na vida adulta. No entanto, o psiquiatra lamenta que pais e até mesmo profissionais de saúde estejam despreparados para reconhecer os sintomas. “No Brasil, o diagnóstico ainda está sendo feito com 5 ou 6 anos”, afirmou.

O tratamento não é o mesmo para todos os autistas, que podem apresentar grau leve ou severo (quando compromete mais o indivíduo), mas baseia-se em terapias comportamentais e médicas com o objetivo de estimular o indivíduo a se socializar e ter qualidade de vida.

Mãe de um autista, a engenharia Ana Maria Mello uniu-se a outros pais para fundar a Associação de Amigos do Autista (Ama), em 1983, uma das principais organizações civis do país, com sede em São Paulo, que auxilia pais e pessoas com o transtorno de desenvolvimento. Ana Maria incentiva os pais a buscar informação para que saibam entender os filhos. “A gente chora bastante, mas, depois, bola para frente, sem sentimento de culpa ou pena”, disse.

A educação tem também um papel fundamental para que o autista possa ter melhor convivência no ambiente onde vive. Especialistas defendem que a escola deve ter uma abordagem específica para lidar com essas crianças e reclamam da falta de instituições adequadas.





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