Fitch rebaixa em três degraus nota de crédito de Portugal
A agência de rating Fitch rebaixou nesta sexta-feira a nota de crédito de Portugal em três degraus, afirmando que é pouco provável que o país receba apoio externo durante a campanha eleitoral.
Portugal tem agora a nota BBB-, a mais baixa de grau de investimento do sistema Fitch.
"A severidade do rebaixamento em três degraus reflete principalmente as preocupações da Fitch de que uma ajuda externa é improvável no curto prazo, dado o anúncio de que as eleições gerais ocorrerão em 5 de junho", afirmou Douglas Renwick, diretor da Fitch.
A eleição foi convocada pela Presidência após a renúncia do premiê de José Sócrates, no último dia 23, em repúdio à rejeição do seu quarto plano anticrise pelo Parlamento português.
A Fitch já havia baixado a nota do país na semana passada, argumentando que a crise de governo "aumentou significativamente as possibilidades de que Portugal precise de apoio multilateral em um curto período de tempo, por causa de sua dificuldade para conservar o acesso aos mercados".
Desde então, a Fitch manteve as qualificações de Portugal em perspectiva negativa e sob vigilância, como fez também as agências Moody"s,e Standard and Poor, o que pode motivar novas quedas da nota a qualquer momento.
A situação econômica de Portugal continua a se deteriorar a cada dia, com os juros dos títulos públicos do país batendo sucessivos recordes. Nesta quarta-feira (30), os juros dos títulos de dez anos ultrapassaram a marca de 8% --um patamar considerado insustentável pelo mercado financeiro. Os juros dos títulos com vencimento em cinco anos superaram a barreira de 9% ao ano.
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