Enquanto a ação militar parecia caminhar para um impasse, os esforços diplomáticos da coalizão buscavam abalar o poder de Gaddafi em Trípoli. Londres exortou as pessoas leais a Gaddafi a abandoná-lo, seguindo a deserção do ministro das Relações Exteriores Moussa Koussa.
Os rebeldes disseram que nenhum lado pode reclamar o controle de Brega, uma de várias cidades petrolíferas ao longo da costa do Mediterrâneo que foram ocupadas e perdidas diversas vezes pelos dois adversários nas últimas semanas. Os insurgentes não conseguiram manter suas posições nem mesmo com a ajuda dos ataques aéreos do Ocidente.
Mas nesta sexta-feira havia sinais de uma abordagem mais organizada. Os revoltosos afirmaram que mais oficiais treinados estão no front, foguetes mais pesados foram vistos rumando para Ajdabiyah na noite de quinta-feira e o posto de passagem estava verificando quem atravessava.
"Só quem tem armas pesadas está podendo passar. Civis sem armas são proibidos", disse Ahmed Zaitoun, um dos combatentes rebeldes e parte de uma brigada de voluntários civis que receberam mais treinamento que a maioria.
"Hoje temos oficiais indo conosco. Antes íamos sozinhos", disse ele, e apontou um homem que reclamava por ser detido em um posto de passagem, acrescentando: "Ele é um garoto e não tem arma. O que vai fazer lá?"
Na estrada entre Ajdabiyah e a ""capital"" rebelde Benghazi, armas eram posicionadas em valas recém cavadas mirando Ajdabiyah e o front de batalha, o primeiro sinal de posições de defesa organizada protegendo Benghazi.
RETIRADA RÁPIDA
A nova tática ainda tem que ser testada depois da surra que os rebeldes levaram nesta semana, quando um avanço de dois dias por cerca de 200 km da costa oeste a partir de Brega foi repelido e se tornou uma retirada às pressas nos dois dias seguintes.
Em Trípoli, apoiadores de Gaddafi dançavam e entoavam cânticos patriotas no final da noite, enquanto soldados manejando armas anti-aéreas observavam o céu sobre a capital da caçamba de caminhonetes.
"Não temos medo, não temos, não temos. Sempre protegeremos nosso líder. Quero dizer a Muammar Gaddafi: eu amo tanto você!", disse Zuhra, uma adolescente em uma passeata.
Gaddafi, que descreve os rebeldes como terroristas e acusa as forças aéreas ocidentais de infligir grandes baixas civis com seus bombardeios, governa a Líbia desde o golpe militar de 1969.
(Reportagem adicional de Mark Hosenball, William Maclean, Adrian Croft, Maria Golovnina, Edmund Blair, Ibon Villelabeitia, Lamine Chikhi, Hamid Ould Ahmed, Marie-Louise Gumuchian, Avril Ormsby, Aly Eldaly, Niklas Pollard e Karolina Tagaris)
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