A polícia negou nesta sexta-feira que dois dos funcionários da ONU mortos em um ataque ao escritório do órgão internacional, em Mazar-I-Sharif, tenham sido decapitados. Um porta-voz da polícia, Lal Mohammad Ahmadzai, disse que a afirmação foi desmentida por uma autoridade provincial da polícia, o general Abdul Rauf Taj: "Ninguém foi decapitado. Eles receberam tiros na cabeça", disse.
Nesta sexta, sete funcionários estrangeiros da ONU e cinco manifestantes afegãos foram mortos quando um grupo atacou o escritório da ONU em Mazar-I-Sharif, principal cidade do norte do Afeganistão, segundo registro anunciado pelo governador provincial.
"Dos sete funcionários da Unama (Missão da ONU no Afeganistão) foram mortos, cinco são nepaleses e dois são europeus, uma mulher e um homem", declarou Atta Mohammad Nour, governador da província de Balkh, da qual Mazar-I-Sharif é a capital. "Cinco manifestantes foram mortos e 20 ficaram feridos", acrescentou durante uma entrevista coletiva à imprensa, afirmando que "mais de 20 insurgentes envolvidos no ataque foram presos".
"Não estava prevista a chegada da manifestação aos escritórios da Unama, mas um grupo de insurgentes atacou a sede da Unama", explicou o governador. O chefe da polícia para o norte do Afeganistão havia declarado anteriormente que oito membros da ONU tinham sido mortos.
Um porta-voz da ONU em Nova York confirmou o ataque, indicando que havia "mortos" entre funcionários da ONU, sem especificar seus nomes. Lal Mohammad Ahmadzai afirmou que os insurgentes "talibãs se infiltraram entre os manifestantes".
A manifestação, organizada para protestar contra um pastor integrista americano que queimou o Alcorão, tinha começado às 13h (6h de Brasília), após a tradicional oração desta sexta-feira. Os manifestantes fizeram uma declaração exigindo que o governo afegão "rompa qualquer ligação diplomática com os Estados Unidos se eles não julgarem o pastor que queimou o Alcorão".
Eles pediram ao Parlamento afegão que "declare ilegal a presença de tropas estrangeiras no Afeganistão", onde cerca de 132 mil soldados estrangeiros apoiam o governo de Cabul contra os insurgentes talibãs.
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