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Internacional
Quinta - 31 de Março de 2011 às 10:23

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O presidente francês Nicolas Sarkozy clamou nesta quinta-feira por uma reforma nos padrões nucleares globais até o final do ano. Foi a primeira visita de um líder estrangeiro ao Japão desde o terremoto e o tsunami que desencadearam o desastre atômico.

Presidente do G20, Sarkozy disse que a França quer sediar um encontro com as autoridades nucleares do bloco em maio para estabelecer novas normas na esteira da crise da usina japonesa de Fukushima Daiichi.

O primeiro-ministro do Japão, Naoto Kan, apoiou a ideia.

"Para evitar a recorrência de um acidente assim, é nossa tarefa compartilhar nossa experiência eficazmente com o mundo", disse ele em entrevista coletiva conjunta.

A pior crise nuclear desde Chernobyl em 1986 tem se mostrado difícil de conter e forçado a uma reavaliação global dos benefícios e da segurança da energia nuclear.

O desastre se somou a um momento dramático para o país asiático após o tremor e o tsunami que deixaram mais de 27.500 mortos e desaparecidos e causaram danos que podem chegar a 300 bilhões de dólares.

Os primeiros dados do impacto econômico da tragédia de 11 de março mostraram que a indústria sofreu mais neste mês, já que as fábricas fecharam e as cadeias de suprimento foram suspensas, especialmente nos setores de automóveis e tecnologia, pelos quais o Japão é mundialmente reconhecido.

A França, país mais dependente de energia nuclear do mundo, está tomando a dianteira na assistência ao Japão. Além da demonstração de solidariedade de Sarkozy, Paris enviou especialistas da Areva, estatal fabricante de reatores.

"Considerem-me sua funcionária", disse Anne Lauvergeon, executiva-chefe da Areva, às autoridades japonesas.

Os Estados Unidos e a Alemanha contribuíram também, oferecendo robôs para ajudar a reparar a usina nuclear danificada.

Em um novo e preocupante episódio na Suíça, duas funcionárias se feriram quando um pacote bomba explodiu nos escritórios do complexo nuclear local, disse a polícia. Não se sabe quem o enviou.

A Suíça congelou o processo de aprovação de três novas instalações nucleares que aguardam uma revisão de segurança após o desastre no Japão.

Vem crescendo a pressão para que o Japão amplie a zona de exclusão nos arredores da usina de Fukushima, onde a radiação no mar próximo atingiu 4.000 vezes o limite legal e dificultou a batalha para conter a crise.

Tanto a agência nuclear da ONU quando sua correlata japonesa aconselharam Kan a cogitar a expansão da zona de 20 km na costa nordeste do Pacífico.

Altos níveis de radiação foram detectados em uma distância duas vezes maior.

Autoridades do governo estão pedindo aos japoneses e ao mundo que evitem uma reação exagerada ao que dizem ser níveis de radiação de baixo risco longe da usina.

Mais de 70 mil pessoas foram retiradas num raio de 20 km. Outras 136 mil que vivem em um raio de 10 km foram incentivadas a partir ou ficar dentro de casa.

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) da ONU disse que a radiação no vilarejo de Iitate, a 40 km da usina, ultrapassou o critério de evacuação.

Yukio Edano, secretário-chefe de gabinete japonês, afirmou que o governo está revendo a questão diariamente, mas "neste momento, nenhuma decisão para ampliar a zona de evacuação foi tomada."

(Reportagem adicional de Chisa Fujioka, Kiyoshi Takenaka e Chizu Nomiyama em Tóquio, Dave Dolan em Fukushima, Ben Gruber em Koriyama e Sylvia Westall e Fredrik Dahl em Viena, e Andrew Callus em Genebra)






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