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Internacional
Segunda - 28 de Março de 2011 às 22:23

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A subsecretária-geral da ONU para Assuntos Humanitários, Valerie Amos, pediu nesta segunda-feira o fim da violência no Iêmen e alertou que a instabilidade que atinge o país está piorando sua já "abalada" situação humanitária.

"O sofrimento prolongado e crônico no Iêmen significa que se continua necessitando urgentemente de ajuda humanitária", disse Amos, responsável do Escritório de Ajuda Humanitária da ONU (Ocha), que advertiu sobre o grande número de pessoas afetadas por conflitos internos.

A responsável dos Assuntos Humanitários da ONU explicou que "mesmo antes que se desencadeassem os atuais protestos, o país já estava enfrentando uma crise humanitária devido a um prolongado conflito no norte do país que deslocou 300 mil pessoas".

Amos se mostrou "especialmente preocupada" quanto aos problemas humanitários no Iêmen, país mais pobre da Península Arábica. Ela destacou que o país vem sofrendo com "escassez de água e alimentos".

Ela indicou que 31,5% dos iemenitas não têm alimentação assegurada e que 12% - cerca de 2,7 milhões de pessoas --estão em uma situação "realmente grave" no que se refere ao acesso a alimentos.

"Os recentes confrontos afetaram novamente centenas de pessoas que não se recuperaram ainda do conflito prévio", afirmou Amos, que pediu às partes em conflito que protejam a população civil e que permitam o acesso da ajuda humanitária às zonas mais afetadas do país.

O Iêmen é palco de protestos contra o regime de Ali Abdullah Saleh desde 27 de janeiro, que se intensificaram em meados de fevereiro passado, em meio à onda de reivindicações democráticas, sociais e econômicas que atinge grande parte do Oriente Médio e do norte da África.

O presidente do Iêmen advertiu que qualquer tentativa de golpe de Estado levará o país a uma guerra civil.

EXPLOSÃO

Uma série de explosões em uma fábrica de munições no sul do Iêmen matou ao menos 78 pessoas nesta segunda-feira, depois que moradores invadiram o local para roubar armamento, segundo um novo balanço de autoridades locais.

O número de mortos pode aumentar ainda mais, e a agência de notícias Reuters, que cita médicos, fala em 110 mortos.

O acidente aconteceu um dia depois que confrontos irromperam na localidade entre militantes e o Exército.

Segundo testemunhas, as explosões, possivelmente provocadas por um cigarro, causaram um enorme incêndio na fábrica localizada na cidade de Jaar, na província de Abyan, onde militantes da Al Qaeda e principalmente separatistas de esquerda estão atuando contra as forças do governo.

"Esse acidente é uma verdadeira catástrofe, o primeiro desse tipo a ocorrer em Abyan", afirmou um médico no hospital público. "Há tantos corpos queimados. Não posso nem descrever a situação."

Multidões de pessoas ficaram feridas e sofreram queimaduras, segundo os médicos, e corpos ainda estavam dentro da fábrica, que também armazenava pólvora. Algumas vítimas, incluindo mulheres e crianças, seriam enterradas em uma cova coletiva.

Relatos indicam que houve confrontos em Jaar no domingo entre militantes e o Exército, alimentando os temores do Ocidente e da Arábia Saudita de que o caos no Iêmen beneficiaria o braço da Al Qaeda no Iêmen, no momento em que o governo de 32 anos do ditador Abdullah Saleh vive uma crise.






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