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Segunda - 28 de Março de 2011 às 15:00

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PARIS, 28 Mar 2011 (AFP) -A 13 meses da eleição presidencial na França em 2012, a maioria do presidente Nicolas Sarkozy apresentava divisões significativas nesta segunda-feira, no dia seguinte ao segundo turno das eleições locais vencidas pela esquerda e marcadas pelo avanço da extrema-direita.

O discurso sobre a laicidade, a imigração e o lugar do Islã na sociedade, desenvolvido pelo presidente e seus aliados desde o ano passado, foi criticado até por várias autoridades da maioria de direita.

Eles consideram que está em discordância com as expectativas dos franceses, preocupados com a situação econômica e social, ao mesmo tempo em que privilegia a Frente Nacional (FN), partido de extrema-direita de Marine Le Pen, permitindo que ela coloque seus temas favoritos no centro do debate político.

"Devemos estar mais do que atentos a esta banalização de um voto da extrema-direita", reagiu nesta segunda-feira o ministro do Orçamento e porta-voz do governo, François Baroin, pedindo "o fim desses debates" sobre o Islã e sobre a laicidade por parte do partido majoritário UMP (União por um Movimento Popular).

A UMP procura lançar há algumas semanas um debate nacional sobre a laicidade e sobre o Islã, após uma grande discussão sobre a identidade nacional que acabou suscitando manifestações racistas em um país que conta entre cinco a seis milhões de muçulmanos.

François Baroin, pertencente à ala centrista e moderada da UMP, fez uma advertência a Nicolas Sarkozy, convencido há meses de que a próxima eleição presidencial penderá claramente para a direita.

"O presidente disse que ""é preciso que esse debate ocorra""", afirmaram lideranças da UMP após uma reunião com Nicolas Sarkozy, que também advertiu para uma divisão do partido, pressionado pelo avanço da extrema-direita nas eleições cantonais de domingo.

A FN, muito prejudicada pelo modelo de votação majoritário, teve apenas dois eleitos (em cerca de 2.000 cantões), no sul da França, mas todos os candidatos presentes no segundo turno progrediram claramente. "A recomposição da vida política na França está em andamento", comemorou Marine Le Pen.

No primeiro turno, ela obteve 15% e mostrou que sua formação era claramente nacional. No domingo, presente apenas em um terço dos cantões, obteve 11,6% dos votos. O Partido Socialista (PS) obteve 35%, muito à frente da UMP (20%).

As dúvidas da direita sobre a estratégia de Nicolas Sarkozy ganharam força também devido a uma pesquisa divulgada no domingo à noite, devastadora para o presidente francês.

Ele seria eliminado no primeiro turno da eleição presidencial, com 17%, contra 21% para Marine Le Pen e até 34% para o candidato socialista, caso este seja Dominique Strauss-Kahn, diretor geral do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Os socialistas evitavam uma postura triunfalista nesta segunda-feira. Seu projeto político ainda não está claro e seu candidato às primárias será designado apenas em outubro. Os pretendentes devem ser revelados antes de junho.

Dominique Strauss-Kahn, grande favorito das pesquisas, não revelou intenções, mas aumenta cada vez mais os sinais no sentido de uma candidatura.

A líder dos socialistas, Martine Aubry, também deu a entender que se preparava para concorrer, mas não pretende enfrentar Dominique Strauss-Kahn.

Seu antecessor, François Hollande, deverá também oficializar rapidamente a candidatura.





Fonte: AFP

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