O diretor alemão Werner Herzog disse recentemente no México que o cinema em formato 3D não substituirá os filmes tradicionais, mesmo que a indústria cinematográfica recorra cada vez mais a essas tecnologias. "As pessoas dizem que o 3D vai substituir o cinema tradicional, mas não será assim. Se pode fazer algo como "Avatar", ou grandes filmes de ação e fantasia, mas isso não será em todas as áreas", disse o artista em uma coletiva de imprensa do Festival Internacional de Cinema de Guadalajara, que abriu suas portas no dia 25 de março, sexta-feira, no oeste do México".
"A indústria gosta do 3D porque não se pode piratear, mas não consigo imaginar uma comédia romântica em 3D", exemplificou. Herzog explicou que o público desenvolve histórias paralelas na medida em que segue uma narração na tela, e que durante essas histórias experimentam diversas emoções. Na sua opinião, isso só ocorre com o cinema tradicional, porque na terceira dimensão a audiência está mais ocupada com a tecnologia que se apresenta do que com a história como tal.
No domingo, foi apresentado seu mais recente documentário, em terceira dimensão, inclusive, intitulado A Caverna dos Sonhos Esquecidos (tradução livre), em que mostra criações pictóricas das cavernas de Chauvet, no sul da França. O realizador alemão considerado fundador do chamado Novo Cinema Alemão é uma das estrelas que participam do Festival Internacional de Cinema de Guadalajara, realizado até 1º de abril. Na sexta-feira, durante a festa de inauguração do festival, Herzog recebeu o prêmio Guadalaraja Internacional e foi ovacionado de pé pelo público. Durante o evento, serão apresentados 55 de suas 60 obras, uma das maiores retrospectivas de seu trabalho.
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