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Policia MT
Sábado - 26 de Março de 2011 às 13:03
Por: ANTONIELLE COSTA

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Álbum de Família
Pedro Paes de Barros, que morreu aos 24 anos; família vê despreparo de hospitais e médicos
Pedro Paes de Barros, que morreu aos 24 anos; família vê despreparo de hospitais e médicos

A morte do engenheiro agrônomo Pedro Lobo Paes de Barros, 24, vítima de uma trombose cerebral não diagnosticada a tempo, gerou revolta de seus familiares e pessoas mais próximas. O jovem faleceu no último dia 12, após ser desenganado por vários médicos, durante três anos, período esse em que tentou tratamento para "uma forte dor de cabeça" que dizia sentir.

Ao MidiaNews, as advogadas de defesa da família, Mônica Santos e Simone Santos, afirmaram que a morte do jovem é resultado de "um despreparo" dos médicos que o atenderam e dos hospitais onde ele buscou tratamento, em Cuiabá.

Para a família, determinados hospitais contratariam médicos recém-formados para atender a casos de urgência e emergência nos prontos-atendimentos e ainda não teriam o menor cuidado, zelo com a vida de pessoas que correm risco de morte.

"Dois pontos, em minha opinião, devem ser considerados: a falta de curiosidade dos médicos e de própria estrutura médica. Meu filho passou três anos fazendo tratamento com vários profissionais, se queixando do mesmo problema: tontura, vômitos, desmaios e outros sintomas. Sempre a mesma coisa e não tiveram curiosidade nenhuma, sobre uma pessoa que tem um histórico desses. É um absurdo!", desabafou a mãe do jovem, Letícia Paes de Barros.

Segundo a advogada Simone Santos, tudo começou em 2008, quando Pedro procurou ajuda médica, após sentir fortes dores de cabeça. Na época, vários exames foram feitos, foi diagnosticada uma labirintite e ele iniciou o tratamento da doença com o medicamento "Labirin".

Sem alcançar a desejada cura, o jovem continuou fazendo vários exames, inclusive, em um curto espaço de tempo. No entanto, nenhum outro problema foi diagnosticado. Segundo a defesa da família, durante todo o período em que ele buscava tratamento, nenhum dos médicos que o atenderam solicitou um exame de tomografia, visando a detectar algum problema na cabeça do rapaz.

Por volta das 10h da manhã do dia 9 (Quarta-Feira de Cinzas), Pedro procurou o Pronto-Atendimento no Hospital Amecor, localizado na Avenida do CPA. Na unidade hospitalar, ele foi atendido por uma médica plantonista, que diagnosticou a dor de cabeça como "enxaqueca" e passou uma medicação. Além disso, pediu que ele procurasse um neurologista.

Convulsões

Após ser medicado e ainda com dores, Pedro voltou para casa. No início da tarde, horas antes da sua consulta com um neurologista, o jovem começou a ter várias convulsões seguidas e vômitos, e foi procurar auxílio no Pronto-Atendimento do Hospital São Mateus, no bairro Bosque da Saúde, na Capital.

No local, não havia um neurologista de plantão e, segundo a família, somente após um "barraco" (confusão armada), apareceu um especialista para atender Pedro, mas o profissional teria tratado o caso como "início de epilepsia". Em seguida, o agrônomo foi internado na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do hospital.

Desta vez, o médico solicitou uma tomografia computadorizada e que diagnosticou que Pedro estava com um coágulo de sangue entupindo uma das artérias que irrigam o cérebro (trombose cerebral). O jovem foi sedado para fazer o exame e ficou desfalecido. Logo depois, a equipe médica deu 72 horas para que ele voltasse ao normal.

No entanto, Pedro não reagiu e teve morte encefálica, em função da ausência de fluxo sanguíneo nos quatro vasos cerebrais.

"Durante três anos, Pedro vinha buscando tratamento médico, em virtude de uma dor de cabeça, passou por vários médicos e tratamentos, mas não conseguir ver seu problema curado. A revolta da família é em função do despreparo médico na rede de Saúde, que resultou na morte de um jovem cheio de vida e que tinha tudo pela frente", afirmou uma das advogadas.

Outro lado

Em nota, a direção do Hospital Amecor lamentou a morte de Pedro Paes de Barros e disse que o paciente não retornou para fazer uma nova avaliação do seu quadro.

"Em primeiro lugar, o Hospital Amecor gostaria de dizer que lamenta muito a morte do jovem Pedro Lobo Paes de Barros.

Em relação ao atendimento prestado no pronto-socorro, gostaríamos de esclarecer que o paciente apresentou-se com queixas de dor de cabeça, com características compatíveis com o quadro de enxaqueca.

Como o paciente apresentava-se estável, com exame neurológico normal e apresentou melhora após a medicação, foi optado por dar alta e encaminhar ao neurologista para avaliação ambulatorial e orientado a retornar em caso de novos sintomas.

Infelizmente, o paciente não retornou ao hospital para que uma nova avaliação pudesse ser feita e fomos comunicados do seu falecimento"

Hospital Amecor".

Por meio da assessoria de imprensa, o Hospital São Mateus afirmou que, desde que Pedro deu entrada no Pronto-Atendimento, foi atendido "imediatamente" e que "toda a assistência possível" foi dada ao jovem
 






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