Página do Facebook convoca "revolta popular" na Síria
O apelo a uma "revolta popular" neste sábado em todas as províncias da Síria foi publicado no Facebook, um dia depois das manifestações violentamente reprimidas de sexta-feira nas principais cidades do país, especialmente no sul.
"Hoje, sábado, [haverá] uma revolta popular em todas as províncis sírias", convoca o texto, acompanhado por uma popular expressão árabe usada pelos insurgentes sírios na luta contra os colonizadores franceses.
Ontem, a violência se espalhou pelas ruas da Síria, com soldados abrindo fogo contra manifestantes antigoverno em várias cidades do país. As manifestações e a violenta repressão representam uma escalada na revolta popular, inspirada pelos movimentos em outros países árabes --como Egito, Líbia e Tunísia.
Segundo a rede de TV Al Jazeera, ao menos 20 pessoas teriam morrido após disparos da polícia para dispersar a manifestação em Sanamein, perto de Deraa. A Al Jazeera também informou que outro manifestante morreu em Deraa.
De acordo com o grupo de direitos humanos Anistia Internacional , pelo menos 55 pessoas morreram desde o início dos protestos na cidade e redondezas, há uma semana.
Jornalistas que tentaram entrar na região central de Deraa --onde aconteceu a maior parte da violência-- foram impedidos por veículos das forças de segurança.
"Tudo voltou ao normal, acabou", disse um major do Exército aos jornalistas em frente à sede do partido governista Baath em Deraa, antes de forçá-los a sair da região.
Deraa, cerca de 100 quilômetros a sul de Damasco, foi palco nos últimos dias de violentos enfrentamentos entre manifestantes de oposição e forças policiais, com dezenas de civis mortos.
De acordo com testemunhas, vários manifestantes perderam a vida nos disparos em Sanamein, quando seguiam para Deraa.
Sanamein fica 40 quilômetros ao norte de Deraa. Não foi possível confirmar a informação com fontes independentes ou médicas.
PRESOS POLÍTICOS
O governo da Síria libertou na noite de sexta-feira mais de 200 presos políticos, a maioria deles islamitas, disse neste sábado à AFP Rami Abdelrahmane, diretor do Observatório Sírio dos Direitos Humanos, sediado em Londres.
"As autoridades sirias soltaram na sexta à noite mais de 200 pessoas da prisão de Sednaya, a maioria delas islamitas, depois de terem assinado um pedido de libertação", disse Abdelrahmane por telefone.
O diretor do Observatório afirmou que a informação foi transmitida por Sirine Juri, advogada síria e ativista dos direitos humanos.
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