Julgamento em Tangará da Serra durou mais de 10 horas. Defesa vai recorrer da decisão
Após duas décadas, homem é condenado pelo assassinato de grávida

Allan Kardec Rodrigues Sanches (48) foi condenado a 15 anos de reclusão por homicídio duplamente qualificado pela morte da noiva dele, Renata Lorena Belfiori (19). O crime aconteceu em outubro de 1988 e Renata teria sido assassinada porque queria o fim do romance. O julgamento aconteceu em Tangará da Serra e durou mais de 10 horas.

O réu permaneceu o tempo todo no julgamento com a cabeça baixa e sem demonstrar emoção. Allan Kardec negou que teve intenção de matar Renata e os advogados de defesa tentaram convencer o júri de que o tiro não tinha razões passionais. A estratégia era alegar que o réu agiu em legítima defesa e tentar transformar a acusação de homicídio em lesão corporal seguida de morte, o que amenizaria a pena.

Apesar do assassinato ter sido há mais de 20 anos, o crime não prescreveu porque a contagem zerou há 13 anos com a decisão do juiz de mandar o réu a Júri Popular. "Mato Grosso, pouco a pouco, demonstra que não é mais um Estado em que toleramos a violência de gênero", comemorou o promotor de Justiça Renê do Ó. "Advogado não pode perder um embate. Ele pode perder uma batalha, mas não pode perder a guerra. Temos recursos à disposição e vamos usá-los todos", rebateu o advogado de defesa Francismar Lopes.