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Policia MT
Sexta - 25 de Março de 2011 às 09:14
Por: Alexandre Alves

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A Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) determinou o afastamento preventivo e a abertura de processo disciplinar contra o engenheiro florestal Jackson Monteiro Medeiros, acusado de participar de uma quadrilha desbaratada pela Operação São Thomé, da Polícia Civil. O secretário Alexander Maia fixou prazo de 60 dias, prorrogáveis, para a comissão emitir relatório. Com o processo disciplinar, ele poderá ser demitido do funcionalismo público de Mato Grosso.

Jackson, segundo as investigações da polícia, foi responsável pela fiscalização “in loco” que ratificou a fraude no plano de extração florestal da Fazenda Moreira, em União do Sul (660 km de Cuiabá). Ele teria inserido na documentação informações de que árvores existiam na área a ser explorada, mas na verdade, conforme a polícia, tudo fictício.

Após Jackson ter aprovado o inventário das árvores naquela fazenda, a quadrilha conseguiu a inserção virtual de 20 mil metros cúbicos de toras no CCSema - Cadastro de Consumidores de Recursos Florestais. Com os créditos virtuais, eles vendiam notas que “esquentavam” madeiras retiradas de forma irregular de outras áreas.

As investigações da polícia constataram, por exemplo, que madeireiras de Marcelândia (90 km de União do Sul), Cláudia (80 km), Sinop (160 km), Tapurah (410 km) e até Pontes e Lacerda (mais de 500 km da Fazenda Moreira) vendiam madeira serrada, tendo como origem as toras que nunca foram retiradas do plano de exploração. A madeira beneficiada por essas serrarias eram retiradas de forma irregular, sem plano de manejo, em florestas próximas às cidades onde estavam instaladas as indústrias.

O lucro obtido com a fraude era enorme. Para emitir nota fiscal de uma carreta bitrem com 40 metros de madeira serrada, por exemplo, era necessário ter documento de crédito no sistema da Sema de aproximadamente 70 metros cúbicos de toras.

Segundo o delegado que conduziu as prisões em Sinop, Luis Henrique de Oliveira, a quadrilha vendia a documentação fraudulenta a cerca de R$ 300 por metro cúbico de tora, o que chegaria a R$ 21 mil por carga. O esquema teria rendido cerca de R$ 3 milhões para o grupo, com o equivalente a mais de 1.2 mil carretas de madeira vendida.

O engenheiro da Sema está sendo acusado por corrupção passiva e responde a inquérito policial por em Sinop. A Polícia Civil apontou também, no decorrer do processo, que ele já respondeu a processo criminal por extorsão em Santo Antônio do Leverger. Foi preso na “Operação Guilhotina” no ano de 2007.






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