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Economia
Sexta - 25 de Março de 2011 às 08:20

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Nem a previsão de que a safra brasileira deste ano será recorde deve fazer os preços do algodão pluma recuarem muito abaixo do patamar histórico de R$ 9 por quilo, avalia a indústria têxtil, e, consequentemente, os aumentos de preços ao consumidor final devem ser mantidos ao longo de 2011.  A avaliação é do presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Aguinaldo Diniz Filho, que afirma que o setor tem tido dificuldades para repassar a elevação dos insumos para o consumidor final por causa da concorrência dos produtos chineses, mas deve fazer um novo reajuste nos próximos meses.  O repasse dos aumentos do algodão pela indústria têxtil ao consumidor variou entre 15% e 25% nos últimos 12 meses, de acordo com o empresário. No mesmo período, o preço do algodão em pluma no mercado interno subiu 160,8%, de R$ 1,5130 (em 22 de março de 2010) para R$ 3,9457 (em 22 de março de 2011), de acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo (Cepea).  "O setor tem mais de 30 mil empresas e 900 produtos diferentes. Os repasses variam muito, de acordo com a quantidade de algodão que cada produto utiliza e com aquilo que o mercado permite", afirmou Diniz Filho.  Nesta terça-feira (22), o indicador de preço de algodão em pluma, calculado pelo Cepea, ficou em R$ 3,9457 por libra-peso. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento, o aumento da área cultivada para esta safra foi de 56% e a previsão é de uma produção de 1,950 milhão de toneladas, ante 1,194 milhão de toneladas na safra 2009/2010.  Apesar dessa estimativa, os preços do algodão não devem chegar a um nível próximo de US$ 1,00 por libra-peso, patamar considerado adequado pelo setor têxtil brasileiro. No País, o algodão representa entre 30% e 40% do custo de um tecido.  "A safra recorde será muito importante para que haja uma melhoria nos preços, mas o patamar continuará altíssimo. O preço do algodão pluma subiu quase 200% em menos de um ano, algo inédito na história da indústria têxtil", afirmou Diniz Filho. Chineses, a principal razão pela qual a indústria tem contido reajustes é a concorrência com os produtos chineses. "Estamos entregando de forma ingênua e primária nosso mercado interno para os produtos da China, e é, por isso, que temos tido muita dificuldade para repassar ao menos parte do custo da matéria-prima", afirmou Diniz Filho.  Na avaliação dele, o setor tem atuado como "âncora de inflação". Ele diz que enquanto o IPCA acumula alta de 234% de julho de 1994 a fevereiro de 2011, os preços do setor têxtil e de vestuário subiram 130% no período. "Estamos abaixo da inflação há muito tempo. Subimos os preços menos do que deveríamos. Isso é ruim porque descapitaliza a indústria e diminui o capital de giro", alega.

 Vagas -  1,7 milhão é o número de pessoas que o setor têxtil e de confecções emprega de forma direta.






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