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Entidades do setor agrícola querem ampliar diálogo entre urbano e rural
O movimento “Um Novo Olhar Sobre a Agricultura”, foi lançado hoje, em Brasília (DF), partir da assinatura de um documento onde diversas entidades técnico-científicas alertam as oportunidades e desafios que o aumento da demanda mundial por alimentos oferecem à agricultura sustentável. “O Brasil tem condições de comandar a revolução biológica necessária para utilizarmos, de forma mais inteligente, os recursos naturais visando combater o espectro planetário da fome”, resumiu Alysson Paolinelli, presidente do Conselho Consultivo do Fórum do Futuro, na solenidade realizada na sede do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura – IICA.
O documento foi assinado ainda por Roberto Rodrigues, da FGV-Agro; Wagner Furtado, presidente executivo da Fundação Dom Cabral; Maurício Lopes, presidente da Embrapa; e Manuel Otero, representante do IICA no Brasil. O argumento central aponta para a necessidade de construção de um canal de comunicação entre o campo e a cidade, por onde transitem anseios e demandas, de forma que a oportunidade histórica de incorporação de renda e empregos situe-se no contexto do projeto brasileiro de sociedade.
Para Maurício Lopes, é fundamental que as populações urbanas compreendam a revolução que ocorreu nos últimos 40 anos, quando o Brasil deixou a condição de importador líquido de alimentos para se transformar em player central da oferta mundial do setor. “Combater a fome é fundamental para a humanidade, e coloca o Brasil numa área central da visão de futuro planetária”, disse Maurício Lopes.
Para ele, esse “Um Novo Olhar” passa por três pilares básicos: investir em química verde e tecnologia de biomassa; alinhar a produção de alimentos com nutrição e saúde; garantir o uso sustentável e inteligente dos recursos naturais.
Para ele, esse “Um Novo Olhar” passa por três pilares básicos: investir em química verde e tecnologia de biomassa; alinhar a produção de alimentos com nutrição e saúde; garantir o uso sustentável e inteligente dos recursos naturais.
Ao destacar a importância de articular uma agenda comum de iniciativas, seminários e debates entre as instituições signatárias e outras que queiram se incorporar ao movimento, Manuel Otero lembrou que as entidades estão naturalmente articuladas por eventos que já exibem uma pauta comum: buscar o dimensionamento da ruralidade na economia do país e na sociedade brasileira. Otero traduziu o documento em inglês e espanhol e o distribuiu em instituições de toda a América Latina.
Para Maurício Lopes, de agora em diante a norma será a complexidade dos processos. E é nesse sentido que é indispensável a participação das populações urbanas, “porque não se trata de um projeto da agricultura, mas de um projeto de Nação, que deve ser percebido a partir da perspectiva do Estado brasileiro”.
Alysson Paolinelli lembrou que antes do primeiro salto tecnológico, quando foi desenvolvida a agricultura tropical, a partir do Brasil, “a população de baixa renda usava 50% dos seus rendimentos para a alimentação, o que hoje situa-se entre 14% e 20%”. Ele lembra os trabalhos da FAO segundo os quais o Brasil deverá responder por 40% da oferta suplementar de alimentos, ou algo em torno de mais 100 milhões de toneladas de grãos em 20 anos.
O ex-Ministro da Agricultura conclui: “essa missão somente será realizada se envolver o conjunto da sociedade, porque passa por escolhas a serem feitas por todos os brasileiros, especialmente aquelas relacionadas à priorização de investimentos em pesquisa, tecnologia e inovação, além da infraestrutura e da segurança jurídica”.
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/9787/visualizar/
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