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Economia
Quinta - 24 de Março de 2011 às 18:35

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O dólar engatou a quinta baixa seguida ante o real nesta quinta-feira e recuou ao menor nível em duas semanas, em meio à contínua entrada de recursos e ao maior apetite por risco no exterior. Nesta quinta-feira, a moeda americana caiu 0,18%, a R$ 1,658 na venda, menor nível desde 9 de março, quando terminou a R$ 1,657.

Novamente, as oscilações foram modestas. Segundo profissionais, o mercado tem evitado derrubar o dólar com mais força por expectativas de que o governo possa anunciar medidas no câmbio.

Com o recuo desta sessão, o dólar igualou a série de quedas iniciada no final de novembro. Desde a última quinta, a cotação da moeda já recuou 1,66%.

"Essa sequência de baixas do dólar coincide com o fato de os investidores estrangeiros estarem voltando a reforçar suas posições vendidas no (mercado) futuro", comentou Jorge Knauer, diretor de tesouraria do Banco Prosper, no Rio de Janeiro.

Os não residentes chegaram a diminuir as apostas contra o dólar, após fontes afirmarem que o governo planejava anunciar ações para conter a escalada do real.

Mas o silêncio das autoridades e a posterior informação de que a tragédia japonesa havia levado o governo a abandonar por ora o anúncio das medidas, abriram espaço para novas apostas contra o dólar.

De acordo com números da BM&FBovespa referentes a quarta-feira, os investidores estrangeiros sustentavam US$ 13,327 bilhões em posições vendidas em moeda estrangeira nos mercados de dólar futuro e cupom cambial (DDI). Nas últimas cinco sessões, essas posições sofreram um reforço de US$ 3,167 bilhões.

Knauer lembrou que a elevada taxa de juros brasileira é um dos principais motivos para a enxurrada de capital no País. "Não dá para ignorar isso (o juro). A arbitragem continua sendo feita e esse movimento pressiona o dólar."

A taxa básica doméstica está em 11,75% ao ano, bem acima dos juros praticados nos Estados Unidos (entre zero e 0,25%) e na zona do euro (1%).

Ajuste no compulsório
O operador de câmbio de um banco dealer ponderou, contudo, que a possibilidade de o governo atuar mais incisivamente sobre o câmbio não pode ser descartada, ainda mais com o dólar caminhando para testar o patamar de R$ 1,65, nível crítico para o governo, na opinião do mercado.

"O ajuste de ontem, por exemplo, pode ser apenas técnico, mas lembra ao mercado que as autoridades ainda estão de olho no câmbio", afirmou, pedindo anonimato.

Na noite da véspera, o Banco Central anunciou ajustes técnicos nas regras de recolhimento dos compulsórios sobre recursos a prazo, posição vendida de câmbio e na exigibilidade adicional sobre depósitos. De acordo com economistas, a medida pode ser um primeiro passo para novas elevações do nível de recolhimento.

No exterior, o dólar também recuava. Ante uma cesta de divisas, o dólar cedia 0,2% no final da tarde, enquanto as bolsas de valores dos Estados Unidos subiam.






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