Pílula anticoncepcional e cigarro, uma combinação perigosa
O número de adolescentes que faz uso das pílulas anticoncepcionais cresce gradativamente, porém, em boa parte dos casos sem a orientação médica. Na maioria dos casos o objetivo é evitar a gravidez indesejada, mas a falta de informação sobre como utilizar corretamente o medicamento pode comprometer sua eficácia e causar sérios danos à saúde.
Poucas jovens sabem que a combinação de hormônios sintéticos - drosperinona, etinilestradiol, estrogênio e progestágeno - com substâncias tóxicas ingeridas através do cigarro é extremamente perigosa. Os principais problemas de saúde acontecem principalmente no sistema vascular, composto por coração, veias e artérias.
Estima-se que 65 milhões de mulheres utilizem anticoncepcionais orais e, segundo a Organização Mundial da Saúde, 5 milhões de pessoas morrem por ano devido ao uso contínuo de tabaco, o que significa uma morte a cada seis segundos. Embora a mulher seja menos propensa a doenças cardiovasculares do que o homem, o risco de um derrame, por exemplo, aumenta em até 3% com o uso de anticoncepcionais.
O médico cardiologista Américo Tângari Jr. explica que os anticoncepcionais orais são os mais nocivos à saúde feminina. "Jovens fumantes têm de quatro a dez vezes mais chance de ter uma doença vascular do que as que não fumam”, diz.
A presença de estrogênio em nível acima do normal no organismo pode causar a formação de um coágulo ou trombo nas vias arteriais, elevando também a taxa de colesterol ruim (LDL) e diminuindo o colesterol bom (HDL).
FIQUE ATENTA:
O uso concomitante da pílula anticoncepcional com cigarro pode causar infarto do miocárdio, uma das enfermidades mais nocivas do sistema circulatório. Mulheres fumantes, hipertensas ou diabéticas devem ter cuidado redobrado;
Observa-se o aumento da pressão arterial, entre 5% e 10%, com mais freqüência em mulheres que fazem uso ao mesmo tempo de cigarro e de pílula anticoncepcional, principalmente naquelas que já possuem histórico familiar de hipertensão arterial;
A orientação e prescrição do medicamento deverão ser feitas exclusivamente pelo médico ginecologista devido ao grande risco de efeitos colaterais. Somente um especialista pode avaliar qual é o melhor método contraceptivo para cada paciente.
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