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Internacional
Quinta - 24 de Março de 2011 às 09:13

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As forças britânicas lançaram nesta quinta-feira mísseis Tomahawk guiados contra a defesa aérea líbia, na quinta noite da intervenção militar internacional no país.

A ofensiva, que segundo o Reino Unido destruiu as a Força Aérea da Líbia, não conseguiu impedir o avanço dos tanques, que continuam combatendo os rebeldes no centro de Misrata.

"As Forças Armadas Britânicas participaram, mais uma vez, de um ataque coordenado contra o sistema de defesa aéreo líbio destinado a apoiar a Resolução 1973 do Conselho de Segurança das Nações Unidas", afirmou o general John Lorimer, porta-voz do Estado-Maior da defesa do Reino Unido.

Segundo Lorimer, o ataque foi lançado de um submarino classe Trafalgar.

As forças internacionais já focam nos ataques à infraestrutura. Depois de uma madrugada de explosões e disparos da artilharia antiaérea em Trípoli, um oficial líbio disse que armazéns de combustível e uma torre de telecomunicações foram destruídos na capital. A coalizão já havia bombardeado Trípoli na noite de quarta-feira.
Uma forte explosão atingiu também uma base do Exército líbio na região de Tajura, 32 km ao leste da capital.

REBELDES

Os ataques das forças de coalizão, parte da operação Aurora da Odisseia, destruíram também na quarta-feira os tanques do governo nos arredores de Misrata, ainda controlada pelos rebeldes, mas outros tanques dentro da cidade não foram atingidos.

Protegido pela escuridão da noite, os tanques bombardearam uma área perto do principal hospital principal da cidade, retomando o seu ataque, segundo moradores e rebeldes.

"A situação é muito grave", disse um médico da cidade, por telefone, antes da linha foi cortada.

Um residente em Zintan, a sudoeste de Trípoli, disse que as forças leais a Gaddafi estão recebendo reforços. No leste do país, os rebeldes ainda não conseguiram entrar na cidade de Ajdabiyah, após mais de três dias para tentar recapturá-la.

Este é um momento crucial da ofensiva internacional e muito delicado. Depois de destruir a Força Aérea de Gaddafi e impor a zona de restrição aérea, a coalizão deve cumprir com a outra parte da resolução da ONU: proteger os civis líbios dos ataques do ditador.

Mas com os confrontos ocorrendo dentro das cidades, alvos não seguros para um ataque aéreo, muitos países temem iniciar uma fase terrestre da ofensiva e acabar com as mãos manchadas de sangue civil.

VÍTIMAS

A televisão estatal líbia mostrou nesta quinta-feira imagens de corpos que garantem ser de civis e militares mortos nos bombardeios que a coalizão internacional realizou durante a noite no bairro de Tayura, ao sul de Trípoli.

Um reduzido grupo de jornalistas estrangeiros convidados pelo regime do coronel Muammar Gaddafi foram levados durante a madrugada a um hospital da capital onde viram alguns corpos de soldados e civis.

Os aviões da coalizão internacional, que impuseram a zona de exclusão aérea na Líbia, bombardearam durante a noite o sul da capital, segundo a televisão estatal, que acrescentou que também houve ataques aéreos sobre as cidades de Sebha e Jafra, ao sul do país.

Fontes militares líbias citadas pela agência oficial Jana garantiram que várias pessoas morreram pelos ataques lançados em diversas zonas civis e militares.

A agência indicou que entre os inúmeros mortos e feridos há crianças e idosos, e que muitas vítimas ficaram queimadas e esquartejadas, enquanto os feridos foram levados para o hospital.

"Os bombardeios do agressor colonialista cruzado contra a zona de Tajura, em Trípoli, atingiu um bairro residencial (...) deixando um número importante de mortos entre os civis", revelou a agência, citando uma fonte militar.

Segundo a agência, um terceiro bombardeio da coalizão atingiu as equipes que retiravam mortos e feridos dos dois primeiros ataques contra o bairro residencial na região de Tajura.

O tráfego de ambulâncias era intenso no centro de Trípoli e no bairro de Tajura, segundo um correspondente da agência de notícias France Presse.

Mais tarde, o vice-ministro líbio das Relações Exteriores, Khaled Kaaim, denunciou em entrevista coletiva bombardeios da coalizão contra instalações "militares e civis" em Trípoli, Misrata, ao sul de Benghazi e em Jemil, uma pequena cidade 120 km a sudoeste da capital líbia.

Khaled Kaaim desmentiu qualquer operação militar do governo contra Misrata e garantiu que as forças do governo observam a trégua.






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