Tenente que executou menino vai a júri
Dez anos depois, o tenente da Polícia Militar, Dennis Marcelo de Souza Coutinho, irá a júri popular, nesta quinta-feira (24), no Fórum de Rondonópolis, a partir de 8h, pelo assassinato de Nilson Pedro da Silva, 15, ocorrido em Rondonópolis (218 km de Cuiabá) em 2001. O júri popular é aberto ao público e, somente em 2010, foi adiado cinco vezes. O último cancelamento ocorreu em novembro do ano passado devido a falta de uma testemunha arrolada pelo Ministério Público Estadual (MPE).
Dennis foi denunciado (acusado formalmente) pelo crime e também por falsificar um Boletim de Ocorrência. Nilson não estava armado quando foi atingido pelas costas em uma operação policial. A morte do adolescente foi filmada pela equipe da Rede Record, que acompanhava o trabalho da PM na noite de 30 de março de 2001.
Relembre o Caso:
Nilson e um primo, Ronílson Oliveira Ferreira estavam em frente à residência da tia, era 01h00 quando foram abordados pela PM. Assustado, Nilson, que sempre viveu na zona rural, se apavorou e correu em direção ao primo, nesse instante foi travada uma verdadeira perseguição ao menor, que foi morto com três tiros, na Rua José Barriga, próximo a ponte da Vila Jardim. Na época, o caso teve repercussão nacional.
No Boletim de Ocorrência, a guarnição da PM que estava no local, relatou que Nilson estava armado com uma pistola 40 mm, que supostamente teria pegado do Tenente Dennis. Porém, as imagens feitas pela TV Record que gravou toda a perseguição, mostraram o contrário, o menino correu assustado e sem nenhuma arma, e só parou quando recebeu um tiro na nuca.
Ronílson foi espancado pelos PMs e mesmo com a morte do primo, ainda foi levado preso por desobediência. O rapaz só foi solto no outro dia, após pagar R$ 75 de fiança. Nenhum dos dois jovens tinha passagem pela polícia.
Dois policias militares foram indiciados pela morte de Nilson, o soldado César Rodrigues e o tenente Dennis. Conforme a perícia, Rodrigues teria atingido Nilson com dois disparos e Dennis com um. Rodrigues foi julgado e condenado a 14 anos e 8 meses de prisão.
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