O Ministério Público da Bahia informou que irá notificar a Secretaria da Educação de Camaçari, região metropolitana de Salvador, para que o gestor da pasta, Luiz Valter Lima, se posicione sobre as denúncias de prática de intolerância religiosa contra a Escola Municipal Zumbi dos Palmares. A instituição de ensino infantil é o primeiro colégio fruto de convênio entre prefeitura e um terreiro de candomblé e foi inaugurada há um mês.
A escola tem capacidade para cem alunos, da educação infantil à 1ª série do ensino fundamental, e está com 78 estudantes matriculados. Segundo o pai de santo Ricardo Tavares, no dia da inauguração, um grupo de moradoras evangélicas se reuniu em frente à escola com faixas e bíblias pedindo seu fechamento. Para a promotora em exercício da Coordenadoria de Combate ao Racismo, Márcia Virgens, esse tipo de agressão configura-se como intolerância religiosa.
"Vamos ouvir os envolvidos, inclusive os acusados, e apurar os fatos. O que foi exposto é muito grave, por isso, vamos expedir uma recomendação administrativa à prefeitura de Camaçari para que ações dessa natureza sejam coibidas com rigor", afirmou.
Contaminação
Segundo testemunhas, as ações contra a escola são feitas pelo líder religioso e comunitário Arailton Rodrigo Rodrigues. Em blog mantido por ele, postagens informam que os ataques não têm caráter religioso, e sim "socioambiental", e pede a notificação da prefeitura por considerar a construção da escola irregular, informando que a área está contaminada com resíduos tóxicos do Pólo Petroquímico de Camaçari.
Em junho de 2006, um caminhão-tanque despejou substâncias tóxicas na área onde hoje está localizada a escola. Segundo relatório da Cetrel, empresa responsável pela limpeza e monitoramento, a região foi descontaminada
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