A Defensoria Pública de São Paulo em São José do Rio Preto pediu à Justiça, na sexta-feira, a interdição de carceragem da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) da cidade. O local, que poderia abrigar apenas oito presos, foi flagrado com 63 detentos em uma inspeção realizada na semana passada.
O pedido de interdição foi feito após a realização de um laudo pericial da Superintendência da Polícia Técnico-científica da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, solicitado pela Defensoria Pública da cidade, que constatou as graves condições dos presos na DIG. Segundo o defensor público Leandro de Castro e Silva, "as celas não têm janela, ventilação ou claridade adequadas; os banheiros não têm porta e ficam contínuos ao quarto; as paredes estão com infiltração e cheiram mofo".
Além dessas irregularidades, foram constatadas também a ausência de local reservado ao banho de sol, a proibição de visita de familiares e de entrada de alimentos e a permanência de presos há mais de 50 dias no local, quando o prazo previsto é de três dias.
Para Castro e Silva, o laudo pericial comprova que "o prédio da DIG não conta com estrutura minimamente entrosada com a garantia da dignidade e dos direitos humanos. Ademais, tal unidade não é destinada ao recebimento de presos, em caráter permanente, apesar de ser a situação atualmente verificada".
O pedido de interdição das celas da DIG foi encaminhado ao Juiz Corregedor da Polícia Judiciária de São José do Rio Preto, que analisa o caso.
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