Japão reconecta cabos de eletricidade a reatores nucleares, mas perigo continua

Os seis reatores da central nuclear de Fukushima, no nordeste do Japão, já estão conectados a uma linha de energia elétrica externa, depois que um cabo foi instalado no distribuidor das unidades 3 e 4, anunciou nesta terça-feira (22) a agência de segurança nuclear.

Os reatores 3 e 4 foram conectados na manhã desta terça-feira. As unidades 1, 2, 5 e 6 já haviam sido conectadas nos dias anteriores.

Apesar da boa notícia, apenas os reatores 5 e 6 recebem energia elétrica no momento, segundo um porta-voz da agência.

- Temos agora uma linha de energia elétrica que vai até os distribuidores dos reatores, mas ainda temos que verificar cada equipamento antes de colocá-los em funcionamento.

Dezenas de eletricistas, bombeiros e engenheiros lutam contra o tempo em Fukushima para evitar que a série de acidentes provocados pelo terremoto e tsunami de 11 de março não adquira proporções maiores, em consequência do superaquecimento do combustível radioativo dentro da central.

Os técnicos tentam reativar os sistemas de resfriamento convencional enquanto bombeiros e militares utilizam jatos d"água e um veículo dotado que permite lançar líquido a 50 m de altura.

Reatores 3 e 4 representam perigo

Os reatores 3 e 4, muito avariados, são os que representam mais problemas técnicos, assim como a unidade 2, que emite uma coluna de fumaça branca.

Os reatores 1, 2 e 3 estavam em atividade no momento do terremoto, enquanto as unidades 4, 5 e 6 se encontravam em manutenção.

Aparentemente, a situação está sob controle no 5 e no 6, enquanto no 4 seguem os esforços para evitar um superaquecimento, já que todo seu combustível nuclear estava na piscina de armazenamento.

O governo japonês insistiu nesta terça-feira que, por enquanto, não ampliará a área de retirada, estabelecida em um raio de 20 km da central. Continua em vigor advertência para que as pessoas que moram entre 20 km e 30 km da usina não saiam de suas casas e mantenham portas e janelas fechadas.

A Tepco - empresa que administra a usina - reconheceu nesta terça-feira que a radiação contaminou também a zona marítima próxima à usina nuclear, onde nesta segunda-feira (21) foram detectados níveis de radioatividade altos.

O governo já proibiu a venda de leite cru e espinafre produzidos nos arredores de Fukushima por causa do risco de contaminação.