No ano passado, 16 policiais foram excluídos da Corporação
Em 3 meses, expulsões na PM já chegam a 32
Trinta e dois policiais militares foram expulsos nos 3 primeiros meses de 2011. O número já corresponde ao dobro das exonerações ocorridas durante todo ano de 2010, quando 16 PMs deixaram a Corporação. A Polícia Militar afirma que outros 60 processos de demissões tramitam na Corregedoria. As 4 últimas expulsões publicadas no Diário Oficial do Estado são relacionadas ao envolvimento com quadrilha, tráfico de drogas, homicídios e omissão.
O ex-cabo Joenil Ribeiro Pires foi exonerado por participação em uma quadrilha que tentou assaltar o Banco do Brasil de Chapada dos Guimarães (64 km ao sul de Cuiabá) em julho de 2009. A ação foi frustrada pelo Batalhão de Operações Especiais (Bope), que surpreendeu e matou 5 bandidos.
Joenil usou o carro da própria Polícia Militar para transportar cilindros de oxigênio de Cuiabá para Chapada. O material seria usado pela quadrilha para arrombar os cofres do banco. A quebra de sigilo telefônico do acusado mostrou conversas entre o policial e os bandidos Claudiney Ferreira Fontes e Franklinglei Silva Andrade.
Os outros exonerados na última publicação do Diário Oficial são o ex-sargento Miguel Leão Filho e os ex-soldados Sérgio Costalunda Feitosa e Reinaldo dos Santos.
Condenado há 4 anos de prisão por tráfico de drogas, Miguel Leão foi considerado inapto para continuar na corporação. Ele foi preso em flagrante pela Polícia Federal de Cáceres (225 km a oeste de Cuiabá) em dezembro de 2007 e as investigações mostraram que o ex-sargento foi contratado para transportar drogas de San Mathias (Bolívia) para Goiânia (GO).
Miguel Leão já havia confessado à Polícia Federal, em setembro de 2006, ter escondido 12 garrafas pets com cocaína no tanque de um Ford/Fiesta placa JZK-0086. Na ocasião, a PF cumpriu um mandado de busca e apreensão na casa e carro do PM. Ao ser encaminhado à delegacia para busca minuciosa no veículo, o ex-militar confessou onde estava a cocaína.
Homicídio e omissão - Pela morte de Jandiro Engracia da Silva, a PM determinou a expulsão do ex-soldado Sérgio Costalunga. O homicídio ocorreu em março de 2008, quando a vítima foi presa por lesão corporal em Itiquira (357 km ao sul de Cuiabá) e espancada pelo policial. O ex-soldado Reinaldo dos Santos era parceiro de Sérgio e não impediu as agressões. Ele também foi exonerado. Constam nos autos que Jandiro morreu de choque hipovolêmico (morte por perda de sangue), resultado de trauma abdominal com ruptura renal esquerda.
Testemunhas relataram que Jandiro foi espancado com chutes e ponta pés por Sérgio e conduzido à delegacia de Polícia Civil, onde o investigador de plantão solicitou aos policiais que retirassem as algemas de Jardiro e o liberasse. Horas depois, ele foi encontrado morto na frente da delegacia. As testemunhas afirmam que Reinaldo se limitou a coletar informações dos fatos.
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