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Internacional
Sábado - 19 de Março de 2011 às 17:35

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O Governo do Japão assegurou neste sábado que há avanços na corrida para controlar a situação na usina nuclear de Fukushima, em meio ao alarme pelas consequências do desastre após ser detectada radiação na água e alimentos da região.

A verificação realizada sobre os produtos agrícolas da área revelou neste sábado altos níveis de radiação em leite de Fukushima e espinafre da vizinha província de Ibaraki, embora segundo o Governo os níveis detectados "não representam um risco imediato".

Além disso, fontes oficiais citadas pela agência local "Kyodo" informaram que havia sido detectado iodo radioativo acima dos níveis permitidos na água corrente de Fukushima, onde a população que vive em um raio de 20 quilômetros em torno da central nuclear continua evacuada.

O ministro porta-voz, Yukio Edano, afirmou que os níveis de contaminação detectados no leite e no espinafre não representam um risco sanitário, alegando que o impacto de consumir o vegetal durante um ano equivaleria ao de uma radiografia.

Edano também revelou que o Executivo tomará as medidas adequadas, sem descartar possíveis limitações na distribuição de produtos da região.

Também foram detectados rastros de iodo radioativo na água corrente de lugares mais afastados da usina nuclear, incluindo a capital, Tóquio, embora segundo o Ministério de Saúde os níveis estejam muito abaixo do limite legal permitido.

Enquanto prosseguem as medições da radiação na área, os esforços para controlar a situação na central deram neste sábado alguns resultados, como o restabelecimento dos sistemas de refrigeração de dois de seus reatores, o 5 e o 6.

Pelo terceiro dia consecutivo, boa parte dos trabalhos se centraram na instável unidade 3, que utiliza como combustível uma perigosa mistura de urânio e plutônio.

Um veículo controlado a distância se posicionou em frente a essa unidade e bombeou durante sete horas, com um canhão de 22 metros de altura, mais de mil litros de água sobre a piscina de combustível utilizado, que após a explosão registrada na terça-feira passada ficou sob escombros.

O Governo declarou através de seu porta-voz que a operação foi aparentemente bem-sucedida e considerou que a situação atual da usina é "mais estável" do que nos dias anteriores.

No entanto, as autoridades reconheceram que podem surgir novos imprevistos que compliquem ainda mais a situação, embora tenha insistido que os trabalhos de esfriamento continuarão no reator 3 e também no 4, que sofre problemas com a piscina de combustível.

Às operações de despejamento de água, sem precedentes no Japão, se uniram neste sábado os esforços para restabelecer a eletricidade na usina e restaurar assim seu sistema de refrigeração nas unidades 1,2,3 e 4.

Os trabalhadores da Tokyo Electric Power (Tepco), a empresa que opera a central, conseguiram estender os cabos elétricos até os reatores 1 e 2, apesar dos altos níveis de radioatividade, embora ainda se desconheça se os motores de refrigeração foram afetados pelo tsunami.

Neste sábado, enquanto a imprensa japonesa elogia cada vez mais os trabalhadores que arriscam suas vidas na central de Fukushima, a Tepco assinalou que pelo menos seis deles se expuseram a níveis de radiação acima do limite de 100 milisievert por hora normalmente estabelecido para situações de emergência.

A empresa acrescentou, no entanto, que continuam trabalhando em diferentes tarefas porque apresentaram problemas de saúde.

Diante da crítica situação em Fukushima, o Ministério da Saúde do Japão autorizou de maneira excepcional que seja elevado o limite máximo de exposição a radiação para até 250 milisievert por hora.





Fonte: EFE

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