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Sexta - 18 de Março de 2011 às 21:37
Por: Marcy Monteiro Neto

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Uma estação sismológica instalada no norte de Mato Grosso, no município de Porto dos Gaúchos (644 quilômetros de Cuiabá), será reativada no próximo mês. A estação é de responsabilidade do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB), que a instalou na região onde são verificados com frequência abalos sísmicos no Estado. Além disso, Mato Grosso é o Estado em que são registrados mais casos de tremores de terra no Brasil. No ano passado, o Observatório Sismológico registrou 42 abalos sísmicos do todo o país, sendo que 20 deles foram em Mato Grosso.

A estação sismológica fica bem em cima da chamada falha sismogênica do Batelão, onde em 1955 foi registrado o maior tremor de terra da história do Brasil. Naquela ocasião, o tremor chegou a 6,2 graus na escala de Richter. Desde lá, outros tremores de menor intensidade foram registrados na mesma região.

O professor Lucas Vieira Barros, chefe do Observatório Sismológico (Obsis), diz que ainda não tem uma informação precisa sobre o motivo que causou a interrupção do funcionamento da estação em Porto dos Gaúchos. Segundo ele, não há uma pessoa contratada para dar manutenção na estação. Por este motivo, uma equipe do Observatório deverá vir a Mato Grosso para verificar o problema. "A gente precisa ir lá e ver o que está acontecendo. A estação parou de funcionar no ano passado. Em abril vamos verificar o que ocorreu e reativar o monitoramento", disse Barros em entrevista ao site TVCA.

O chefe do Observatório pretende entrar em contato com a Defesa Civil estadual para fazer uma parceria com o governo do Estado na tentativa de contratar uma pessoa para cuidar da estação mato-grossense. Ele avalia que a estação pode estar funcionando parcialmente, coletando os dados dos abalos sísmicos, mas com algum problema no link com o satélite, necessário para enviar as informações para o Obsis em Brasília.

A estação sismológica custou cerca de R$ 80 mil quando foi instalada, em 31 de janeiro de 2005. É um equipamento moderno e que tem condições de registrar sismos em qualquer parte do mundo. "É tecnologia de ponta. É uma estação importante não só para monitorar sismos em Porto dos Gaúchos ou em Mato Grosso, mas no país inteiro, porque é bem centralizada. Ela consegue detectar até ultramicrotremores", explica o especialista. Um dos equipamentos existentes é um sensor de alta sensibilidade instalado em cima de uma rocha chamada granítica, que permite detectar os abalos com precisão.

Lucas Barros explica que durante o período em que ficou ativa, a estação apresentou muitos problemas na gravação dos dados dos abalos e, às vezes, na reprodução desses dados. Em abril de 2008, foi estabelecido um link de comunicação via satélite e os dados passaram a ser gravados em tempo quase real, em Brasília. A estação de Porto dos Gaúchos funcionou de forma mais regular a partir da implantação desta transmissão por satélite e neste período detectou 567 eventos sísmicos, com uma média mensal de cerca de 35 eventos, com magnitudes na faixa de 0,4 a 3,0.





Fonte: TVCA

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