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Internacional
Sexta - 18 de Março de 2011 às 10:59

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A Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) prepara nesta sexta-feira suas forças para iniciar as operações militares na Líbia, horas depois da aprovação pelo Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) de uma resolução que impõe a zona de exclusão aérea no país além de outras medidas para proteção dos cidadãos líbios.

França e Reino Unido, que patrocinaram a resolução com os Estados Unidos, também já mostraram sua disposição de aplicar a resolução e a iniciar o mais rápido possível as operações militares.

Por outro lado a Itália excluiu por enquanto a possibilidade de que seus aviões participem das operações, embora permitirá que suas bases sejam utilizadas na operação.

A Rússia, por sua vez, afirmou que não participará de uma operação militar na Líbia, depois de se abster no voto do Conselho de Segurança.

Representantes dos 28 países da Otan se reunirão nesta sexta-feira na sede da aliança em Bruxelas para analisar a nova situação na Líbia.

A aprovação pela ONU era o obstáculo que os países citavam para não iniciar uma intervenção na guerra que se arrasta há um mês na Líbia, entre as forças leais ao ditador Muammar Gaddafi e rebeldes de oposição. Não há um saldo oficial atualizado, mas estimativas de organizações humanitárias falam em até 6.000 vítimas em mais de um mês de confrontos.

ALGUMAS HORAS

Mais cedo, o porta-voz do governo francês, François Baroin, disse que "os ataques acontecerão rapidamente", em questão de horas. A França, contudo, afirma que o ataque é iminente desde antes da aprovação da medida, aproximadamente às 19h30 desta quinta-feira.

"Os franceses naturalmente serão coerentes com a qual foi sua posição e participarão na operação", disse Baroin, que frisou que se trata de "uma intervenção que não é uma ocupação, mas uma operação militar para proteger o povo líbio".

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, se reuniu nesta sexta-feira com o primeiro-ministro, François Fillon, e com o ministro da Defesa, Gérard Longuet, para discutir a participação francesa na ação.

O encontro aconteceu no Palácio do Eliseu, sede da Presidência francesa, e no mesmo também esteve presente o chefe do Estado-Maior do Exército, Edouard Guillaud.

Está previsto que esta tarde Fillon e Longuet, junto com o ministro de Relações Exteriores, Alain Juppé, se reúnam com os principais responsáveis parlamentares em torno da aplicação dessa resolução.

A França deve sediar ainda uma reunião com representantes dos outros países envolvidos, incluindo do Oriente Médio, neste sábado para discutir as ações na Líbia.

AVIÕES BRITÂNICOS

A reunião foi anunciada pelo primeiro-ministro britânico, David Cameron, que anunciou ainda o envio de aviões de combate Tornado e Typhoon a bases de onde poderão decolar rumo à Líbia.

"Nossas forças se unirão a uma operação internacional para aplicar a resolução se Gaddafi não cumprir com a demanda de acabar com os ataques contra os civis", disse Cameron no Parlamento.

"Utilizaremos Tornado e Typhoon, assim como aviões de reabastecimento e vigilância. Os preparativos para mobilizá-los já começaram e nas próximas horas seguirão para bases aéreas das quais poderão executar a ação necessária", completou.

RESOLUÇÃO

A criação da zona de exclusão aérea autoriza o abate de aviões do ditador líbio que decolem para atacar tropas opositoras. Em outras palavras, a ONU liberou o uso da força militar para que a resolução seja respeitada.

A medida endurece ainda o embargo e as sanções contra Gaddafi, seus familiares e círculo mais próximo de colaboradores implementadas no mês passado. Bens e fundos de investimento do ditador e sua família na Suíça e na União Europeia há haviam sido congelados semanas atrás.

Os Estados-membros da ONU podem agora adotar "todas as medidas necessárias" --o que incluiria ataques aéreos-- para "proteger os civis e as áreas povoadas por civis sob ataque na Líbia, incluindo Benghazi".

O texto, contudo, exclui a presença de "qualquer força de ocupação estrangeira de qualquer tipo, em qualquer parte do território líbio".

A resolução foi aprovada por dez votos a favor (incluindo EUA, França e Reino Unido), nenhum contra e cinco abstenções --Rússia, China, Alemanha, Índia e Brasil.

O Brasil alegou temer que a resolução resulte em mais confrontos e disse defender uma solução pacífica aos confrontos.






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