Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Sexta - 18 de Março de 2011 às 09:40

    Imprimir


O governo da Líbia anunciou nesta sexta-feira um cessar-fogo imediato no país, em obediência à resolução do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) aprovada na noite de quinta-feira e que permite aos países usar a força militar no país africano para proteger os civis.

Em entrevista aos jornalistas, o ministro de Relações Exteriores líbio, Moussa Koussa, leu um comunicado no qual garante que o grande interesse da Líbia é proteger os civis e criticou os itens da medida, como a criação de uma zona de exclusão aérea, que prejudicam a vida dos cidadãos líbios.

"Considerando que a Líbia é membro da ONU, nós aceitamos a resolução e, portanto, a Líbia decidiu por um cessar-fogo imediato e o interrompimento de todas as operações militares", disse Koussa. "Meu país vai fazer o melhor que puder com esta resolução".

Aparentemente ignorando as críticas internacionais pela violenta repressão ao movimento rebelde, o ministro afirmou ainda que o governo oferecerá aos líbios "toda a ajuda humanitária necessária" e que espera que todos os direitos humanos sejam respeitados.

"Nós enfatizamos e concordamos com o artigo [da resolução] que fala da proteção dos civis e da unidade territorial da Líbia", disse o ministro.

Koussa reiterou ainda a oferta de Trípoli para que os países e ONGs enviem equipes ao país para verificar de perto as condições do confronto e tomar as decisões certas.

Ele disse ainda que a Líbia busca uma solução através do diálogo "com todos", o que levaria à retomada da paz e segurança ao país.

DANOS AOS CIVIS

Koussa não poupou críticas, contudo, à resolução e "expressou tristeza de que a resolução inclui de medidas contra a nação líbia".

Ele citou como exemplo a zona de restrição aérea, que proíbe não apenas os aviões militares das tropas do ditador líbio, Muammar Gaddafi, como voos comerciais de circular no espaço aéreo do país. "[A medida] aumentará o sofrimento do povo líbio e terá impacto negativo na vida do povo líbio", disse.

Koussa citou ainda o congelamento de todos os bens e investimentos da Líbia no exterior, "que terá grande impacto na vida dos líbios e [...] na forma como a Líbia cumpre seus contratos internacional e nacionalmente".

"A comunidade internacional deveria ter excluído os civis da resolução, para garantir sua qualidade de vida", disse.

O ministro argumentou ainda que o uso de poderio militar estrangeiro vai claramente contra o artigo 42 da Carta da ONU, além de ser uma violação da soberania nacional da Líbia.





Fonte: Folha

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/98696/visualizar/