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Após resolução da ONU, Líbia anuncia cessar-fogo imediato
O governo da Líbia anunciou nesta sexta-feira um cessar-fogo imediato no país, em obediência à resolução do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) aprovada na noite de quinta-feira e que permite aos países usar a força militar no país africano para proteger os civis.
Em entrevista aos jornalistas, o ministro de Relações Exteriores líbio, Moussa Koussa, leu um comunicado no qual garante que o grande interesse da Líbia é proteger os civis e criticou os itens da medida, como a criação de uma zona de exclusão aérea, que prejudicam a vida dos cidadãos líbios.
"Considerando que a Líbia é membro da ONU, nós aceitamos a resolução e, portanto, a Líbia decidiu por um cessar-fogo imediato e o interrompimento de todas as operações militares", disse Koussa. "Meu país vai fazer o melhor que puder com esta resolução".
Aparentemente ignorando as críticas internacionais pela violenta repressão ao movimento rebelde, o ministro afirmou ainda que o governo oferecerá aos líbios "toda a ajuda humanitária necessária" e que espera que todos os direitos humanos sejam respeitados.
"Nós enfatizamos e concordamos com o artigo [da resolução] que fala da proteção dos civis e da unidade territorial da Líbia", disse o ministro.
Koussa reiterou ainda a oferta de Trípoli para que os países e ONGs enviem equipes ao país para verificar de perto as condições do confronto e tomar as decisões certas.
Ele disse ainda que a Líbia busca uma solução através do diálogo "com todos", o que levaria à retomada da paz e segurança ao país.
DANOS AOS CIVIS
Koussa não poupou críticas, contudo, à resolução e "expressou tristeza de que a resolução inclui de medidas contra a nação líbia".
Ele citou como exemplo a zona de restrição aérea, que proíbe não apenas os aviões militares das tropas do ditador líbio, Muammar Gaddafi, como voos comerciais de circular no espaço aéreo do país. "[A medida] aumentará o sofrimento do povo líbio e terá impacto negativo na vida do povo líbio", disse.
Koussa citou ainda o congelamento de todos os bens e investimentos da Líbia no exterior, "que terá grande impacto na vida dos líbios e [...] na forma como a Líbia cumpre seus contratos internacional e nacionalmente".
"A comunidade internacional deveria ter excluído os civis da resolução, para garantir sua qualidade de vida", disse.
O ministro argumentou ainda que o uso de poderio militar estrangeiro vai claramente contra o artigo 42 da Carta da ONU, além de ser uma violação da soberania nacional da Líbia.
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