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Documento também indica causa indeterminada para morte de criança. Médico que fez procedimento já foi denunciado por cobrar parto pelo SUS.
Laudo da exumação de bebê morto após parto confirma fratura em braço
O laudo da exumação do bebê morto após o parto na maternidade Ester Gomes, na cidade de Itabuna, sul da Bahia, confirma fratura no braço, embora indique causa desconhecida para a morte da criança, informou a polícia nesta quinta-feira (12).
A delegada Sione Porto, que acompanha o caso, diz que teve acesso ao resultado do laudo na quarta-feira (11) e que aguarda o depoimento de duas enfermeiras envolvidas no procedimento para concluir o inquérito e encaminhá-lo ao Ministério Público.
"Temos o laudo da exumação com fotos do exame cadavérico realizado, que aponta a morte como causa indeterminada, mas constou fratura no braço. Já ouvi o médico pediatra Frederico Almeida, que confirmou a certidão de óbito, que indica sofrimento fetal, ele inclusive não entende a causa indeterminada apontada pelo legista. Ele confirma de forma absoluta que o bebê não resistiu à agressão ao nascer, de ter o úmero quebrado do braço esquerdo", detalha a delegada.
O médico acusado de negligência pela morte do bebê é o mesmo profissional que cobrou pela realização de um parto pelo SUS no início do mês de agosto. Ele já foi ouvido pela polícia. "Ele confessa que quebrou o braço, que fez o parto e acha que foi um procedimento normal", conta Sione Porto.
Segundo a polícia, a criança, que pesava 4,405 Kg, nasceu de parto normal às 14h do dia 26 de agosto e morreu às 5h55 do dia seguinte. "A mãe era primípara [primeiro parto]. Há informações de demora no parto e violência na forma com que o bebê foi puxado, além de não ter recebido atendimento adequado, porque não passou por ortopedista" , observa a delegada.
O corpo do bebê foi exumado na manhã do dia 8 de setembro, no cemitério Campo Santo, em Itabuna. O corpo foi encaminhado para o Departamento de Polícia Técnica (DPT) do município, onde foi periciado.
Denúncias
A família do bebê questiona a demora no atendimento, o tratamento dado à mãe e o parto que, segundo o pai, deveria ter sido cesariano e não normal como ocorreu. A polícia abriu inquérito a pedido do Ministério Público (MP) para saber se houve negligência médica do obstetra Luiz Leitte, responsável pelo parto. A exumação foi acompanhada por familiares.
"Nós precisamos ter a convicção de tudo o que ele passou, onde era para ser um parto normal, acabou sendo um parto anormal e para que não venha a acontecer com outras pessoas. Os pais estão arrasados e está sendo muito difícil para a família", disse Cláudia Leão, tia da criança.
O médico obstetra foi alvo de outra denúncia, na mesma maternidade, ao cobrar R$ 1.200 para fazer o parto de uma adolescente de 16 anos pelo SUS. A direção do hospital obrigou o médico a devolver o dinheiro à família.
Fonte:
Do G1 BA
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