Flu contraria discurso de coadjuvante e vira destaque de julgamento do STJD

O Fluminense tentou desassociar a imagem do clube ao julgamento no STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) que rebaixou a Portuguesa à série B do Brasileirão. Porém, apesar do discurso de coadjuvante, como um terceiro interessado, o time das Laranjeiras tornou-se destaque nas duas sessões com atuações elogiadas do advogado Mário Bittencourt e clube com maior presença de torcedores nas duas audiências.

 

Quando o caso foi noticiado, o time das Laranjeiras concedeu coletiva para declarar que Flamengo e Portuguesa tinham sido denunciados pela própria CBF e que o Tricolor não tinha nenhuma influência na acusação. O presidente do Fluminense, Peter Siemsen, declarou que mesmo que permanecesse na série A, o clube seria punido pelos constantes questionamentos.

 

"O Fluminense não vence nem perde, porque ele não participa dessa disputa. Imagina se invertêssemos a situação, será que haveria essa comoção? Será que se falaria em justiça? Quer se discutir o que, justiça divina?", disse o mandatário tricolor antes do primeiro julgamento.

 

Nos dois julgamentos realizados no STJD, porém, o Fluminense se sobressaiu e as teses defendidas por Bittencourt acabaram se mostrando mais efetivas. Em determinado momento durante julgamento no Pleno na última sexta-feira, o jurista tricolor foi aplaudido por jornalistas que acompanhavam sua defesa em um telão, do lado de fora do plenário.

 

Bittencourt seguiu a mesma linha do procurador-geral do STJD, Paulo Schmitt, e ajudou a desqualificar a defesa da Portuguesa.

 

"A Portuguesa já mudou de tese 19 vezes desde o começo do caso. Começaram a atacar o advogado [Osvaldo Sestário], ai viram que iam ser processados e mudaram. Começaram a se apegar ao BID de suspensões da CBF, depois à validade do artigo 133 e aí agora se agarram ao Estatuto do Torcedor."

 

Além disso, a torcida do Fluminense também protestou e fez pressão. Na primeira audiência no STJD, foi maioria esmagadora contra torcedores de Flamengo e Portuguesa. A polícia inclusive teve que separar os grupos para evitar uma confusão. No segundo julgamento, novamente os tricolores foram maioria, apesar de torcedores rivais se juntarem para provocar o grupo.

 

Ao final da decisão no Pleno, Bittencourt disse que não tinha motivos para comemorar e criticou parte da imprensa pelo tratamento dado ao caso.

 

"O sentimento é de dever cumprido, mas continuo sem motivos para comemorar. O que aconteceu foi apenas o cumprimento do regulamento. Participamos como terceiro interessado porque era um direito do Fluminense. Algumas pessoas tentaram nos constranger no tribunal, constranger torcedores nas ruas".

 

Com a perda de quatro pontos, a Portuguesa termina em 17º e troca de lugar com o time das Laranjeiras. O clube paulista já sinalizou que pode recorrer à Justiça Comum para tentar reverter a decisão.