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Internacional
Quinta - 17 de Março de 2011 às 13:14

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Em sua entrevista de rotina aos jornalistas, o porta-voz do Ministério do Exterior chinês, Jiang Yu, disse que as autoridades dos dois vizinhos estão cooperando para trocar informações sobre os riscos do acidente nuclear japonês, em meio a suspeitas de alguns países sobre a escala do problema.

"Esperamos que o Japão informe o mundo de maneira precisa e atualizada sobre o que está acontecendo no local e dê sua avaliação e seu prognóstico da situação à medida que avança", afirmou o porta-voz.

Na quarta-feira, o chefe da agência de regulação nuclear dos Estados Unidos, Gregory Jaczko, disse acreditar que a área ao redor da usina de Fukushima Daiichi, onde estão sendo registrados incidentes com os reatores nucleares, está registrando "altos níveis de radiação".

O Departamento de Estado dos EUA pediu aos americanos que deixem todas as áreas dentro de um perímetro de 80 km da usina, área muito mais abrangente que a zona de exclusão de 20 km aconselhada pelo governo japonês.

Tóquio classificou a orientação americana como "conservadora".

França e Grã-Bretanha também estão recomendando evitar grandes partes do Japão. As autoridades britânicas aconselharam seus cidadãos em Tóquio ou ao norte da capital a se dirigir para o sul do país.

Já o governo francês deu a mesma orientação e pediu à Air France que enviasse dois aviões para retirar os seus cidadãos nesta quinta-feira.

O chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Yukio Amano, está viajando ao país para avaliar pessoalmente a situação.

ESFORÇOS

Nesta quinta-feira, o Japão intensificou os esforços para resfriar os reatores da usina. Helicópteros militares CH-47 Chinook começaram a jogar toneladas de água nos reatores três e quatro da usina de Fukushima para tentar evitar o derretimento de bastões de combustível nuclear.

As aeronaves descarregaram quatro cargas de água antes de deixar o local para tentar reduzir ao máximo a exposição das tripulações à radiação.

Canhões de água deverão ser incluídos na operação, que tem como objetivo resfriar os reatores e também repor a água da piscina de resfriamento para bastões de combustível nuclear usados.

As autoridades japonesas também dizem esperar restabelecer o suprimento de energia elétrica para a usina, necessária para o sistema de resfriamento e para os geradores de emergência.

Na quarta-feira, os helicópteros haviam sido forçados a abortar uma operação semelhante por conta das preocupações sobre os altos níveis de radiação.

O tsunami que danificou a usina foi gerado após um terremoto de magnitude 9 que atingiu o nordeste do Japão na sexta-feira.

A polícia japonesa já confirmou 5.178 mortes em consequência do tremor e do tsunami. Outras 8.606 pessoas continuam desaparecidas.

EMERGÊNCIA

Em áreas do nordeste do país gravemente atingidas pelo tsunami, as baixas temperaturas de inverno aumentaram os problemas enfrentados pelos sobreviventes.

O governador da província de Fukushima, onde está localizada a usina danificada, reclamou que os abrigos públicos não têm as necessidades básicas, incluindo alimentos quentes.

Cerca de 450 mil pessoas estão em abrigos temporários, muitas delas dormindo no chão de ginásios esportivos em escolas.

A crise continuou a afetar os mercados financeiros, com uma retração de 1,4% no índice Nikkei, da Bolsa da Valores de Tóquio, que chegou a cair 4,5% durante o pregão.

O iene também atingiu ao longo do dia seu maior valor em relação ao dólar desde a Segunda Guerra Mundial.






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