Novo Lira de Cuiabá aponta que existe larva do mosquito Aedes aegypti em 6,8 imóveis a cada 100. Aceitável é 1
Dengue: infestação chega a ser 7 vezes maior
O índice de infestação larval (Lira) do mosquito da dengue em Cuiabá já é quase sete vezes maior do que o tolerável pelo Ministério da Saúde. Divulgado ontem pela Vigilância Epidemiológica da Capital, o Lira obteve índice de 6,8%, isso representa a presença da larva do Aedes aegypti em 6,8 imóveis a cada grupo de cem e eleva ainda mais a possibilidade de Cuiabá vir a sofrer surto da doença.
O surto é apontado para localidades cujo índice ultrapassa 3,9%, segundo o Ministério da Saúde. Mato Grosso se juntou a outros 15 estados classificados com nível de risco muito alto de transmissão de dengue por conta da realidade da doença em Cuiabá.
Para o ministério, o índice de infestação larval é considerado ideal quando não passa de 1%. O levantamento serve de parâmetro para as autoridades de Saúde medirem o comportamento da doença em uma dada localidade, sendo atingido através de amostras em residências. Em Cuiabá, agentes de saúde visitaram aproximadamente 12 mil imóveis.
O problema é que na Capital o índice só cresceu nos últimos meses. Em novembro, o Lira obteve 3,4% de infestação. Um mês depois, quase dobrou chegando ao patamar de 6,4% e, agora segue mais alto, com 6,8%.
A região com maior Lira em Cuiabá é a sul. Por lá, os bairros Parque Nova Esperança, Loteamento Jardim São Paulo e segunda etapa do Pedra 90 estão com infestação de 14,4%. Em outro extremo da cidade, na zona norte, o índice está na cota de alerta, mas é bem mais baixo, com 2,6% e foi registrado nos bairros Novo Paraíso I, CPA I, Centro América, Morada do Ouro e Tancredo Neves.
Ainda segundo a Vigilância Epidemiológica, a população é a maior responsável pela criação de ambientes favoráveis para a proliferação do mosquito. Do total de imóveis inspecionados, 50,3% apresentaram criadouros do mosquito, sendo encontrado em depósitos ao nível do solo. O levantamento apontou ainda que 28,8% dos criadouros estão em lixos e outros resíduos sólidos. Já outros 10,5% dos criadouros estão em depósitos considerados móveis, como vasos, pratos e frascos com plantas e bebedouros em desuso. Ainda foram encontradas larvas em pneus e em depósitos naturais como calhas, lages, ralos e sanitários em desuso.
MEDIDAS – De acordo com a coordenadora do Programa da Dengue em Cuiabá, Alessandra Carvalho, os mutirões de limpeza, as multas contra terrenos baldios irregulares e a fiscalização em casas abandonadas são medidas eficazes contra o avanço da doença. Hoje, a pasta estadual da Saúde vai divulgar novo boletim epidemiológico dos casos da doença. O último, de 10 de março, revelava que Cuiabá apresentava a notificação de 3.3378 casos, sendo sete graves, além de mais uma morte sob investigação. (Com assessoria).
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