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Internacional
Quarta - 16 de Março de 2011 às 22:35

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Autoridades japoneses negaram nesta quarta-feira que a piscina de armazenamento de combustível usada no reator 4 da usina nuclear de Fukushima não teria mais água, o que geraria níveis de radiação "extremamente altos", conforme dito pelo chefe da Comissão Reguladora Nuclear americana (NRC), Gregory Jaczko.

A agência de segurança nuclear do país e a companhia Tokyo Electric Power --que opera as seis unidades do complexo nuclear de Fukushima-- rejeitaram as afirmações de Jaczko.

"Nós acreditamos que a região do reator possua altos níveis de radiação", disse Jaczko, sem dar detalhes de como as informações teriam sido obtidas. A NRC e o Departamento Americano de Energia enviaram especialistas nucleares ao Japão.

"Será muito difícil que trabalhadores de emergência consigam chegar até o local. As doses [de radiação] às quais eles podem ser expostos seriam potencialmente letais em um período curto de tempo", acrescentou. No entanto, ele ressaltou que a NRC tem "acesso limitado" ao que está acontecendo no Japão, e se recusou a especular mais sobre o assunto.

De acordo com o porta-voz do complexo das usinas, Hajime Motojuku, as condições são "estáveis" na unidade 4, que está fechada desde o terremoto de magnitude 9 seguido de tsunami da última sexta-feira (11).

Um dirigente do Instituto francês de Radioproteção e Segurança Nuclear (IRSN), Thierry Charles, afirmou por sua vez que após dois incêndios no prédio que comporta o reator, a piscina ficou "quase ao ar livre" e uma grande radiação escapa do local.

As piscinas têm menos água uma vez que a temperatura começou a subir. Ao invés de registrar cerca de 30ºC de costume, o tanque atingiu os 80ºC. O risco, com a evaporação, é de que as varetas com material nuclear, ainda um pouco isoladas do exterior pelo líquido, deixem de estar submersas. Se mais água de resfriamento não for colocada rapidamente, as barras de combustíveis vão se desgastar e emitir dejetos muito radioativos diretamente na atmosfera.

De acordo com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), a temperatura nas piscinas de resíduos nucleares dos reatores 4, 5 e 6 é muito superior ao permitido, chegando a triplicar sobre o recomendado. O chefe da entidade, Yukiya Amano, disse que vai visitar o país nesta quinta. "Quero ver como podemos ajudar melhor o Japão", disse em Viena, na Áustria. Ele afirmou que foram confirmados danos no núcleo de três reatores da usina, ou seja, onde ficam as varetas.

Mais cedo, outro porta-voz da própria Tokyo Electric Power havia admitido que o nível das piscinas seria a principal preocupação. "Não pudemos avaliar a condição das piscinas. Não temos os dados mais recentes sobre temperatura, nível e outras informações sobre os quatro reatores", afirmou Masahisa Otsuki.

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A AIEA havia confirmado que houve danos nos núcleos dos reatores 1, 2 e 3 do complexo. A agência não detalhou a gravidade dos danos, mas afirmou que não se pode dizer ainda que a situação esteja "fora de controle".

"A situação evoluiu e é muito séria", disse, em Viena, Yukiya Amano, diretor-geral da AIEA. Ele afirmou que a empresa operadora da usina, a Tokyo Electric Power Co., "está fazendo o máximo para restaurar a segurança dos reatores".

A preocupação é que o reator 3 é o único da usina que usa plutônio como combustível. Segundo pesquisas do governo norte-americano, o plutônio é muito tóxico para os seres humanos, e uma vez absorvido na corrente sanguínea, pode permanecer por anos na medula óssea ou no fígado e até mesmo causar câncer.

PREOCUPAÇÃO

O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, também expressou preocupação com a crise. "A situação é muito grave nessa usina nuclear. Estamos muito preocupados, oferecemos ajuda ao Japão e temos especialistas auxiliando e avaliando informações de forma independente", afirmou.

Segundo especialistas, a evaporação da água da piscina de combustíveis reciclados --que está quase ao ar livre-- poderia liberar dejetos radioativos da mesma intensidade que Tchernobil, na Ucrânia, em 1986.

As barras (varetas) de combustíveis usados, que continuam liberando muito calor, se encontram em uma piscina situada na parte superior do reator parado para manutenção desde bem antes do terremoto de magnitude 9 e do tsunami da sexta-feira (11).

Após dois incêndios no prédio que comporta o reator, a piscina ficou "quase ao ar livre" e uma grande radiação escapa do local, destacou também um dirigente do Instituto francês de Radioproteção e Segurança Nuclear (IRSN), Thierry Charles. 






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