Jovem gera fúria ao ironizar ligações para saber notícias de tsunami
LOS ANGELES - Quando Alexandra Wallace gravou seu discurso sobre estudantes asiáticos que usaram celulares na biblioteca de sua universidade para falar com familiares após o terremoto e a tsunami do Japão, a estudante estava sozinha, falando apenas com o seu computador.
Mas desde a semana passada, quando ela postou o vídeo de três minutos no YouTube, a aluna do terceiro ano de Ciência Política da Universidade da Califórnia (Ucla), em Los Angeles, alcançou uma súbita e indesejada celebridade: seu vídeo foi visto por milhões de pessoas, e ela tornou-se alvo de condenações de gente de todo o país e o catalisador de um debate sobre a intolerância racial e a liberdade de expressão.
"Por favor, expulsem essa mulher ignorante imediatamente", escreveu Kiki Gyrle no Facebook, onde há muitos posts sobre Alexandra, alguns impublicáveis.
A certa altura do vídeo, Alexandra imita as pessoas falando em um idioma asiático.
- O problema não é a horda de asiáticos que a Ucla aceita todos os anos. Mas se você está vindo para a Ucla, se comporte como americano - disse a estudante no vídeo.
Robert Hernandez, professor de Jornalismo na Internet da Universidade de Southern California, disse que o caso de Alexandra reforça a necessidade de ser responsável quanto a sua "pegada digital" na era da internet. - As pessoas sentem uma sensação de privacidade na internet que não existe, que é falsa - disse ele.
Alexandra retirou seu vídeo do YouTube, e pediu desculpas no jornal estudantil da Ucla. Ela não foi encontrada para comentar o assunto.
Mesmo assim, outras pessoas republicaram o vídeo no site, junto com uma série de paródias, remixes e respostas, e, assim, a fúria contra Wallace continuou. A aluna também recebeu ameaças de morte por telefone e e-mail.
Na segunda-feira, o reitor da Ucla, Gene Block, divulgou comunicado em que disse considerar o vídeo "impensado e doloroso" e fez um apelo por um discurso mais civil. Autoridades da instituição disseram que a universidade avaliava a possibilidade de punir Alexandra.
A página do reitor Block no Facebook se tornou um foco de comentários sobre o vídeo, alguns atacando Alexandra e o próprio Block.
- Em frente ao computador é mais fácil fazer comentários ou ameaças anonimamente - disse o professor Hernandez. - E as pessoas caem no mesmo tipo de comportamento que estão condenando.
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