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Internacional
Terça - 15 de Março de 2011 às 17:25

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A União Europeia (UE) realizará testes voluntários de resistência em suas usinas nucleares, e incentivará países que não fazem parte do bloco a adotarem a medida, anunciou nesta terça-feira o comissário europeu de Energia, Gunther Oettinger.

"A aceitação da prova de esforço das usinas nucleares europeias foi unânime", explicou Oettinger, que espera que possam ser realizados na segunda metade do ano em "muitos ou todos" os países comunitários e seus vizinhos e associados como a Turquia, Rússia e Suíça, especialmente com os quais compartilham redes elétricas, para assegurar a refrigeração das usinas.

O caráter "voluntário" significa que a UE não pode obrigar os Governos nacionais, responsáveis pela segurança nuclear, esclareceu Oettinger em entrevista coletiva ao término de um encontro de alto nível em Bruxelas para analisar o acidente no Japão e a preparação das usinas comunitárias em casos de emergências.

O comissário participou posteriormente no Parlamento Europeu para informar à comissão de Energia da decisão e, em seu comparecimento, estimou que as autoridades japonesas tenham perdido o controle da usina de Fukushima e considerou correto qualificar a situação de "apocalíptica".

"Alguns qualificam o ocorrido de apocalíptico e não me parece um absurdo", afirmou Oettinger.

Para evitar que uma catástrofe desta magnitude possa ocorrer na Europa, a UE está decidida em reforçar sua segurança com especial atenção na preparação de meios alternativos de refrigeração no caso de falha no fornecimento de energia elétrica, como ocorreu no Japão.

Os critérios exatos de avaliação serão detalhados mais adiante, provavelmente em reunião similar à desta terça-feira que será realizada previsivelmente em abril e que permitirá realizar os testes na segunda metade deste ano, indicou Oettinger.

Para avançar neste sentido, a UE convocou um Conselho de Ministros de Energia extraordinário na próxima segunda-feira e outro da Comunidade Europeia da Energia Atômica (Euratom). A questão será também tratada no Conselho Europeu entre os dias 24 e 25 de março.

A Comissão Europeia (órgão executivo da União Europeia) espera que as análises sejam feitas por especialistas independentes o suficientemente confiáveis como para que suas conclusões sejam aceitas por todos, embora não soube explicar o que ocorrerá se alguma das usinas não passar pelas provas.

Oettinger ressaltou que estas provas de resistência serão "um primeiro passo" para a europeização da segurança nuclear, uma ideia que foi apoiada por representantes das companhias energéticas europeias também presentes no encontro.

Na UE há um total de 143 reatores nucleares, instalados em 14 dos 27 Estados-membros.

Questionado sobre as afirmações da França que o Governo japonês não está sendo totalmente transparente com a gravidade da situação, Oettinger reconheceu que ainda faltam dados e que está preocupado com a maneira que a situação avançará nas próximas horas.

O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, confirmou em comunicado que as autoridades de Tóquio solicitaram nesta terça-feira ajuda da UE para socorrer à população desabrigada pelo terremoto. Desde que a Europa ofereceu ajuda na sexta-feira passada, 20 países, entre eles Espanha, se ofereceram a cooperar.

Em relação à decisão da Alemanha de paralisar temporariamente seu plano de prolongamento do ciclo de vida de suas usinas e da interrupção de atividade de seus sete reatores mais antigos, Oettinger não quis discutir a decisão e se limitou a assinalar que não parece que a medida alemã, qualificada por alguns como eleitoreiro, tenha tido grande repercussão nos demais países da UE.





Fonte: EFE

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