Ministros do G8 pedem que ONU aumente pressão sobre Gaddafi
Os ministros das Relações Exteriores dos países do G8 (o grupo dos sete países mais ricos do mundo e mais a Rússia) reunidos em Paris pediram que a ONU adote medidas para aumentar a pressão sobre o líder da Líbia, Muammar Gaddafi.
A informação foi dada pelo ministro das Relações Exteriores da França, Alain Juppé, ao final do encontro. "Nós concordamos em pedir ao Conselho de Segurança [da ONU] que aumente a pressão sobre o coronel Gaddafi", disse.
No comunicado final da reunião, os ministros pediram que Gaddafi respeite "os direitos legítimos do povo líbio no que diz respeito a seus direitos fundamentais, liberdade de expressão e a formação de uma forma representativa de governo" e advertiram que "uma recusa pode acarretar em trágicas consequências".
O documento afirma ainda que "o Conselho de Segurança deve aumentar a pressão para estimular Muammar Gaddafi a abdicar do poder, até mesmo pela pressão econômica".
Mas o comunicado não fez qualquer menção à proposta de imposição de um bloqueio aéreo sobre a Líbia - que visaria impedir as forças leais a Gaddafi de fazer ataques aéreos contra tropas rebeldes - ou a uma ação militar contra o líder líbio. Isso porque não houve consenso, no G8, sobre a implementação de tais ações.
DIVERGÊNCIAS
A criação de uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia é defendida pelo Reino Unido e pela França, mas Estados Unidos, Alemanha, Rússia e China são cautelosos em relação à proposta.
Por sua vez, os países que compõem a Liga Árabe concordaram em criar um bloqueio aéreo sobre o país, mas rejeitam a intervenção na Líbia.
Uma alta fonte diplomática da ONU disse à BBC que uma resolução sobre a Líbia deverá ser apresentada ao Conselho de Segurança nesta terça-feira. O documento seria dividido em duas partes. A primeira listaria o que a Liga Árabe espera de um plano de exclusão aérea e seria apresentada pelo Líbano.
O segundo item do documento listaria medidas pelas quais a comunidade internacional vem pressionando, como a imposição de sanções e ações contra mercenários vindos de outros países que estariam sendo contratados pelo regime de Gaddafi.
Na prática, isso colocaria o ônus em adotar o bloqueio aéreo sobre os países árabes - uma forma de superar os impasses sobre o tema entre os países que integram o Conselho de Segurança.
Também em Paris, a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, reuniu-se com um líder da oposição líbia, Mahmoud Jibril, e discutiu formas de amparo ao país além da ajuda humanitária.
No front econômico, a Agência Internacional de Energia relatou que a produção petrolífera da Líbia está praticamente interrompida.
Enquanto isso, milhares de refugiados continuam tentando escapar da violência na Líbia pelas fronteiras com a Tunísia.
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