Barros Munhoz nega fraudes e ataca promotores
O deputado estadual Barros Munhoz (PSDB) rechaçou as acusações feitas pelo Ministério Público Estadual e acusou os promotores que o denunciaram à Justiça de agir por motivação política.
Em nota assinada por sua assessoria, ele disse que a movimentação em suas contas bancárias é compatível com rendimentos que recebia como prefeito, mais aplicações financeiras e empréstimos que diz ter tomado em 2003, no valor de R$ 586 mil.
Segundo ele, os empréstimos foram declarados à Receita Federal em 2004.
Barros Munhoz disse que os contratos da prefeitura com a Conservias, classificada como empresa de fachada pela Promotoria, foram regulares. O TCE (Tribunal de Contas do Estado) aprovou os contratos em 2008.
O tucano afirma que as licitações apontadas como irregulares foram conduzidas por funcionários concursados. Alguns desses funcionários também são citados na acusação da Promotoria.
"Não há nada a esconder e o deputado tem certeza de que a Justiça lhe dará razão", diz a nota da assessoria.
Munhoz afirma que os promotores contabilizaram de maneira errada os depósitos que ele recebeu, ignorando transferências entre suas contas e somando duas vezes algumas transações.
Ele diz que recebeu R$ 519 mil no período em que os promotores identificaram depósitos de R$ 933 mil.
Sobre o fato de endossar cheques da prefeitura que foram sacados na boca do caixa, Munhoz afirmou que era "uma prática da prefeitura", adotada "em casos muito raros" para o pagamento de fornecedores.
O tucano diz que nunca foi intimado a prestar depoimento e que se ofereceu para prestar esclarecimentos, apresentando à Justiça uma petição uma semana após a apresentação da denúncia.
Munhoz disse ver motivação eleitoral nas investigações da Promotoria. O tucano afirmou que apresentou representações à Corregedoria do Ministério Público contra os promotores André Luiz Brandão, que assina a denúncia, e Adriano Andrade de Souza, que conduziu as investigações. As representações foram arquivadas.
Os promotores não comentaram o caso sob o argumento de que corre em segredo de Justiça.
O ex-diretor do serviço municipal de água e esgoto Noé Massari não respondeu a e-mail enviado pela reportagem. A Folha não conseguiu encontrar Massari nem Sandro Pio, ex-assessor do gabinete da prefeitura.
A reportagem telefonou para o ex-secretário de Finanças Ademir Graciato, mas não conseguiu contatá-lo. Sua advogada disse que não poderia falar para não violar o segredo de Justiça.
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